R A M A Y A N A
Ilustrado e Recontado por Madhava Priya devi dasi
Parte 1 de 2

O Ramayana é um poema épico antigo e muito amado sobre uma encarnação do Supremo Senhor Krsna na Terra, cerca de um milhão de anos atrás, como Ramacandra, o rei ideal. A história é rica em intrigas, heroísmo, romance e aventura, e também em monstros aterradores e criaturas estranhas o bastante para acanhar qualquer ficção científica. Ainda mais estranho para a mente moderna é que essa história deve ser compreendida como totalmente real. Aqui, vemos o Senhor Ramacandra, ou Rama, em compleição esverdeada, acompanhado por Seu irmão Laksmana e pelo grande herói macaco de nome Hanuman.
A história narra as maravilhosas qualidades de Rama e os planejamentos para Ele ser coroado rei, planejamentos estes temporariamente impedidos de concretização, e o Seu subseqüente exílio na floresta por muitos anos, onde derrotou e matou muitos demônios perigosos. Próximo ao fim do exílio, Sua esposa Sita foi raptada pelo mais perigoso de todos os demônios, Ravana, aquele possuidor de dez cabeças. Rama, exilado de Seu exército legítimo, encontrou ajuda em uma raça de macacos inteligentes, e uma grande batalha se sucedeu...

Quando Rama e Laksmana eram jovens recém-chegados à idade adulta, o sábio Visvamitra solicitou a ajuda deles, pedindo-lhes que derrotassem poderosos demônios raksasas que estavam perturbando os sacrifícios realizados pelos sábios para o bem do mundo. Os sacrifícios tinham início, a noite caía, e os demônios atacavam, poluindo a arena sacrificial com substâncias impuras, como sangue e outros constituintes corpóreos. Rama e Laksmana, tendo sido bem treinados no uso de armas, flecharam os demônios e atiraram-nos centenas de quilômetros oceano adentro.


O rei Janaka sentia que Sita devia ser uma personalidade muitíssimo especial e que, por conseguinte, deveria ter um esposo igualmente especial. Rama facilmente ergueu o arco e não apenas o encordoou, senão que puxou para trás a corda e arqueou-o até que se partisse produzindo um grande estalo, estalo este cuja força fez com que todos na assembléia cambaleassem para trás. Sita enguirlandou Rama com uma guirlanda de flores frescas para indicar tê-lO aceito como seu esposo.
Esposas também foram selecionadas para Laksmana e para os outros dois filhos do rei Dasaratha. Um casamento foi planejado para os quatro casais. Rama é a Suprema Personalidade de Deus, e Sita é a Deusa da Fortuna, Sua contraparte feminina. Eles têm uma relação eterna; seria completamente impossível que um deles se casasse com outrem. A ilustração traz um sacríficio de fogo, tradicional nos casamentos Védicos. Itens auspiciosos, como grãos, nozes, sementes e frutas, foram oferecidos ao fogo ao som de mantras Védicos cantados por sacerdotes brahmanas qualificados.



Dasaratha não podia voltar atrás em sua promessa, e ninguém poderia dissuadir Kaikeyi de sua determinação. Dasaratha era um homem de coração partido. Rama aceitou a ordem de ir para a floresta como se fosse uma requisição de Seu próprio pai, e tanto Seu irmão Laksmana como Sua esposa, Sita, insistiram em acompanhá-lO em tal exílio. Todos eles vestiram trajes de casca de árvore, os quais foram avidamente providenciados por Kaikeyi.
Um quadrigário os conduziu para fora da cidade. Toda a população, movida por pesar e por amor ao Senhor Rama, seguiu-os e dormiu na floresta com eles. Todavia, cedo pela manhã, antes que os cidadãos acordassem, o grupo exilado silenciosamente embarcou na quadriga a fim de fugirem do povo. Afinal, Rama concordara em exilar-Se, e não haveria exílio caso a cidade fosse junto com eles.
Tendo enviado o quadrigário de volta à cidade, e tendo deixado os arredores da cidade de Ayodhya e a companhia dos sábios da floresta que viviam na área; Rama, Laksmana e Sita estavam agora completamente sozinhos. Aqui, eles encontraram o primeiro de muitos demônios. Este era Viradha, que tinha cabeças de animais amarradas em sua lança, e que agarrou Sita. Uma batalha foi travada, e Rama o matou, libertando-o de uma maldição.

Laksmana construiu um chalé para Rama e Sita, e lá todos eles viveram uma vida simples e humilde por muitos anos. Os sábios e eremitas da floresta circundante frequentemente iam visitá-los e solicitavam proteção contra os demônios raksasas que estavam atacando e matando sábios. Rama e Laksmana mataram muitos de tais demônios comedores de pessoas ao longo dos anos.

Rama havia feito o voto de não aceitar nenhuma outra esposa senão Sita, muito embora a cultura de seu tempo O permitisse ter muitas esposas. Ele, por conseguinte, não teria satisfeito o pedido de Surpanakha mesmo se ela houvesse se apresentado como uma mulher belíssima e qualificada, mas, como ela apresentou-se como uma demônia horrenda, Ele a troçou: “Eu sou casado, mas por que não ficas com meu irmão mais novo, que não tem nenhuma esposa aqui consigo?”. Ela voltou seu olhar para Laksmana e o considerou também muito atrativo. Laksmana, contudo, também entrou no mesmo jogo, oferecendo Rama como a melhor escolha. Irando-se, Surpanakha repentinamente atacou Sita, ante o que Laksmana, em um instante, decepou o nariz e as orelhas de Surpanakha.


Não é uma boa idéia ignorar maus presságios, como esta ilustração retrata. Rama matou todas as tropas de Khara, e seus cavalos, quadrigário, quadriga e arco foram todos destruídos. Após um duelo, o próprio Khara foi morto, e Rama revelou-Se completamente vitorioso. Laksmana não participou dessa contenda; ele ficou fazendo a guarda de Sita.

Surpanakha foi, em seguida, ao seu irmão mais velho, de nome Ravana, o mais perigoso de todos os demônios raksasas, ele que era possuidor de dez cabeças. Astuciosa em seus métodos de buscar por vingança, ela não apenas relatou em prantos a Ravana sobre seu desfiguramento e sobre a morte de seu irmão Khara, mas também encontrou oportunidade para mencionar a Ravana que Sita era a mulher mais bela do mundo. Ravana, famoso por derrotar e aterrorizar os semideuses, era conhecido também por seu harém, que ele acumulara seqüestrando esposas e princesas de todo o universo. Agora, tornou-se obcecado pela idéia de roubar Sita de Rama.


O que concretamente se sucedeu foi o seguinte: Rama de fato concordou em adentrar a floresta com o intento de tentar capturar o veado; todavia, dado que Laksmana suspeitava de algo por trás daquilo, Rama ordenou que Laksmana permanecesse no chalé e desse proteção a Sita. Na floresta, Rama suspeitou do atraiçoamento e atirou uma flecha para matar o veado místico. Enquanto Maricha agonizava deitado, esforçou-se para exclamar: “Socorro! Laksmana! Socorro!”, o que fez com a voz de Rama. Ouvindo isso, Sita implorou a Laksmana que partisse em auxílio a Rama.
Laksmana tinha conhecimento de que nada poderia ferir Rama ou lesá-lO de algum modo, mas, quando Sita, perturbada e agitada devido ao temor que algo acontecesse com Rama, acusou Laksmana de querer que Rama morresse de sorte que ele próprio pudesse ficar com Sita para si, Laksmana se magoou profundamente e concordou em sair em busca de seu irmão. Ele desenhou um círculo místico de proteção ao redor de Sita e do chalé e disse a Sita que permanecesse dentro do círculo. Ele, então, partiu a fim de encontrar Rama. Uma vez que ele partira, Ravana foi até o chalé disfarçado de um brahmana idoso e enfraquecido por falta de alimento. Tomada de compaixão, Sita ofereceu-lhe alimento, dando um passo para fora do círculo para fazê-lo. Ravana imediatamente revelou sua natureza verdadeira e agarrou Sita a fim de forçá-la a entrar em sua quadriga ali próxima, quadriga esta puxada por asnos com rostos de hobgoblins.

Continua...
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