quinta-feira, 14 de abril de 2011

R A M A Y A N A (final)

R A M A Y A N A



Ilustrado e Recontado
por Madhava Priya devi dasi



Part
e 2 de 2



(continuação)



17



Não encontrando Sita, Rama correu pela floresta lamentando enquanto exclamava o nome de Sita e perguntava se alguém sabia de seu paradeiro. Laksmana errara por ter desobedecido à ordem de seu irmão, em virtude do que mantinha sua cabeça baixa. Os animais silvestres também estavam de luto.











18



Enquanto isso, Ravana, tendo transposto o oceano, havia carregado Sita até o seu reino de Lanka, onde a deixou sob guarda, rodeada por demônias em um pequeno bosque. Devido a uma maldição, Ravana, temendo a morte, não ousava forçar-se sobre uma mulher, mas ele contava que ganharia Sita por seu considerável charme masculino. Ante o evento do fracasso de seu encanto masculino, ele disse a Sita que, caso ela não o aceitasse; ao final de um ano, ele a devoraria como seu desjejum. Sita, sentindo-se desprovida de alternativa, decidiu jejuar até a morte. Ao tomarem conhecimento de tal decisão, os semideuses ficaram ansiosos, receando que a morte de Sita desalentasse Rama e Ele não matasse Ravana.



Os semideuses temiam Ravana muito fortemente, e contavam com Rama para livrar o universo dessa ameaça. Portanto, o semideus Indra foi até Sita com uma tigela de arroz doce, que, tendo sido oferecido à Suprema Personalidade de Deus, era um alimento espiritual. O arroz doce carregava a bênção de que aquele que o comesse jamais sentiria fome. Sita, em respeito ao alimento espiritual, aceitou-o, abrindo mão de sua idéia de jejuar até a morte. Acompanhando Indra estava a semideusa Nidra, que, pela duração do encontro, adormeceu as demônias.



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Rama e Laksmana encontraram o agonizante pássaro Jatayu, que, com sua última exalação, disse-lhes o que havia acontecido. Os irmãos então partiram pela floresta em direção ao oceano, a centenas de quilômetros de distância. No caminho, foram repentinamente capturados por um demônio gigantesco e terrível chamado Kabandha, demônio este destituído de cabeça e possuidor de braços de 13 quilômetros de comprimento. Rama e Laksmana lutaram, ceifando-lhe os grandes braços, e Kabandha caiu ao chão.



Kabandha contou-lhes então sua história: Ele fora um semideus que gostava de assumir a forma de um demônio para assustar as pessoas. Um sábio, enraivecido por essa conduta, amaldiçoara-o a permanecer um demônio. Tal sábio, contudo, disse-lhe que ele seria livrado dessa maldição no dia em que fosse morto por Rama e Laksmana. Posteriormente, em uma luta com Indra, ele foi atingido pelo raio do semideus, o qual comprimiu sua cabeça para dentro de seu tronco. Por bondade, Rama e Laksmana terminaram de matá-lo e cremaram o seu corpo. Enquanto Kadamba, em seu próprio belíssimo corpo de semideus, ascendia aos céus, ele disse a Rama que buscasse a ajuda dos grandes macacos subordinados ao rei macaco Sugriva.



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Na selva, Rama e Laksmana encontraram os macacos Sugriva, Hanuman e seus companheiros.



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Um grupo de macacos foi enviado em direção ao sul, rumo ao oceano. Tendo sido informados por uma testemunha que Sita havia sido levada por sobre o oceano, os macacos selecionaram Hanuman como o único capaz de pulá-lo. Destarte, Hanuman tornou-se imenso e saltou do topo de uma montanha, voando por sobre as ondas até Lanka em busca de Sita.



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Tendo chegado a Lanka, Hanuman fez-se imperceptivelmente pequeno e rondou a cidade até encontrar Sita no pequeno bosque rodeada por demônias a dormirem. No primeiro momento, Sita suspeitou que aquilo poderia se tratar de outro artifício de Ravana para atormentá-la, mas Hanuman convenceu-a de que não, isso cantando as glórias de Rama, descrevendo-O corretamente e, por fim, presenteando-a com o anel de Rama, o qual ela reconheceu.



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Hanuman foi capturado pelos soldados de Ravana, que, não levando um mensageiro-macaco muito a sério, decidiram humilhá-lo ao invés de matá-lo. Eles incendiaram sua cauda, mas ele retaliou incendiando a cidade. Ele proferiu um aviso de que o reino de Ravana estava fadado à ruína em decorrência da ofensa de Sita ter sido raptada, após o que saltou novamente por sobre o oceano para levar notícias ao Senhor Rama.









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Rama tinha um exército de milhões de macacos, mas havia uma grande extensão de água entre Suas tropas e Seu objetivo. O semideus do oceano prometeu, entretanto, que pedras boiariam de modo que uma ponte pudesse ser construída. Os macacos trabalharam duramente, carregando não apenas pedregulhos, mas também árvores, para construírem a ponte, que, por fim, foi concluída. Todo o exército dos macacos marchou por ela.









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A cidade de Lanka acordou na manhã seguinte rodeada por milhões de soldados-macacos. Ravana também tinha vastas tropas de demônios à sua disposição, e uma grande batalha se fez acontecer. Em um momento, centenas de flechas-serpentes foram atiradas contra Rama e Laksmana, que caíram no campo de batalha aparentemente mortos. A grande águia Garuda chegou a fim de resgatá-los. Garuda é o transportador do Senhor Visnu. Ele desejou servir o seu Senhor no passatempo do Senhor como Sri Ramacandra.



Flechas-serpentes são de fato serpentes, porém misticamente transformadas em flechas. Garuda, entretanto, come cobras, e as flechas-serpentes ficaram com medo ao vê-lo. Todas as serpentes retomaram suas formas originais de cobra e rapidamente serpearam embora. Garuda então tocou Rama e Laksmana, curando-os de suas feridas.



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A batalha prosseguiu violentamente por dias. Visto que estava perdendo seus generais mais importantes, Ravana decidiu que era o momento de despertar Kumbakarna de seu sono. Kumbakarna era irmão de Ravana. Seu atributo único era o fato dele ser um gigante. Tempos atrás, ele criou grande caos no universo por comer muitíssimas pessoas, o que fez com que os semideuses amaldiçoassem-no a dormir 364 dias ao ano, acordando apenas um dia para comer.



Kumbakarna dormia em uma caverna subterrânea cuja dimensão, para comportar sua imensa forma, era de 13 quilômetros. Tropas de demônios entraram na caverna, tendo de tolerar furacões de mau hálito vindo da boca aberta do demônio a roncar. Eles levaram baldes de sangue para alimentá-lo, e fizeram barulhos altíssimos e galoparam cavalos, camelos, elefantes e burros ao redor de seu peito. Não foi uma empreitada simples despertar o gigante adormecido.



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Quando Kumbakarna finalmente despertou e juntou-se à batalha, ele aniquilava milhares de macacos com um mero brandir de sua maça, e, com sua mão, pegava punhados de macaco, trinta por vez, e os levava até sua boca para então comê-los. Os macacos arremessavam pedras e topos de montanha contra ele, mas sem eficácia alguma. Por fim, Rama o matou, primeiramente cortando um braço, então o outro, então suas pernas, e, finalmente, sua cabeça.



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Furiosamente seguia a batalha, e Rama e Laksmana foram feridos tão gravemente por flechas especiais que se considerou que somente uma erva específica de uma montanha do Himalaia poderia salvá-los. Hanuman novamente saltou aos céus e voou para o Himalaia; todavia, ao chegar na montanha, ele viu que a montanha não lhe revelava a erva específica que era necessária. Ele, devido a isso, ergueu a montanha inteira e a levou consigo para o campo de batalha, onde peritos puderam encontrar a erva e tratar Rama e Laksmana, bem como todo o exército de macacos.







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Todos os generais de Ravana haviam sido mortos e agora Ravana pessoalmente desafiava Rama. Para a ocasião, Indra havia dado ao Senhor Rama uma quadriga de ouro, e os dois se confrontaram em uma vigorosa e grandessíssima batalha. Rama atirava flechas que decepavam as cabeças de Ravana, mas, a cada cabeça que caía, outra crescia enquanto Ravana continuava atirando flechas contra Rama. Finalmente, Rama fixou uma grandiosa flecha mística em Seu arco e atingiu Ravana no coração, colocando fim à sua vida.







30



A grande guerra findou-se. Sita foi devolvida a Rama... mas Rama fingiu desconfiar-Se dela. Sita havia sido fiel a Ele ou não? Ele ofereceu liberdade a ela. Com seu coração triturado, Sita preparou uma pira, acendeu a mesma e entrou nas chamas. No instante seguinte, o deus do fogo, Agni, devolveu-a completamente ilesa e disse ao Senhor Rama: “Tendes de aceitá-la, Senhor; ela é completamente pura”. Rama então a aceitou de volta muito afetuosamente. Ele disse a ela: “Eu sabia que foras fiel a Mim; Eu queria, entretanto, provar isso ao mundo inteiro de maneira que ninguém pudesse dizer algo contra ti”. Deste modo, eles alegremente se reuniram novamente.

31



O tempo determinado para o período de exílio então chegou ao fim, e era chegado o momento do retorno a Ayodhya. Rama, Laksmana, Sita, Sugriva, Hanuman e muitos outros embarcaram no maravilhoso aeroplano de flores de Ravana, o qual havia sido roubado dos semideuses, e nele voaram de volta para Ayodhya. Bharata, o irmão de Rama em favor de quem o exílio havia sido tramado, jamais aceitara a posição de rei, senão que havia governado o reino como representante de Rama. Houve grande regozijo ante o triunfante retorno de Rama, o rei legítimo, perfeito e plenamente bem-aventurado.







Tradução de Bhagavan dasa (DvS)


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