segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

As glórias de Srila Prabhupada






“Está vendo esta cicatriz?”

27 de dezembro de 1972, Apartamento de Mahadevia, Mumbai, Índia


Um dia, enquanto eu massageava Srila Prabhupada, ele apontou para uma cicatriz na sua perna.

“Está vendo esta cicatriz?”, ele perguntou. “Isso aconteceu quando eu era jovem. Eu estava em frente de casa e eu tinha alguns fósforos comigo. De alguma forma, eu acendi um pouco de fogo e minha roupa rapidamente foi tomada pelas chamas. Foi muito ruim. Eu não sei o que teria acontecido, mas, vindo do nada, um homem apareceu e apagou as chamas. Então ele foi embora”.

Srila Prabhupada não disse mais nada sobre o cavalheiro. Ele me deixou a impressão de que a pessoa que havia aparecido “do nada” não era uma pessoa comum. Como sempre, eu me senti muito privilegiado por poder ouvir tais coisas de Srila Prabhupada. Ele me dava vislumbres de momentos de sua vida, sempre temperados com sua grande humildade.

Eu nunca ousei pedir a ele para ser mais específico. Já tendo estado com Srila Prabhupada por um tempo considerável, eu sabia que ele me dizia o quanto ele queria que eu soubesse. Nos dois anos que estive com ele, Srila Prabhupada nunca afirmou em minha presença que ele viera do mundo espiritual. Nos dois anos que estive com ele, todos os dias eu ficava mais convencido de que ele havia sido enviado a nós pela misericórdia do Senhor Caitanya para ampliar o Seu movimento de sankirtana para todas as vilas e cidades. Srila Prabhupada, por favor, permita-me servi-lo vida após vida.

Srila Prabhupada era muito misericordioso e sempre nos encorajava dizendo que poderíamos nos tornar conscientes de Krishna nesta mesma vida. Ele ensinava pelo exemplo. Ele nunca nos pediu para fazer algo que ele mesmo não fizesse. Ele acordava cedo, cantava japa e lia o Srimad-Bhagavatam. Ele nunca agia como superior aos seus discípulos. Ele nos permitiu estarmos confortáveis em sua presença por se portar como se estivesse “praticando” a consciência de Krishna, e não como de fato sendo a personificação desta.

“É meu dever lhe repreender porque você é meu discípulo”, ele costumava dizer. Nós somos seus filhos, e sua posição era, e ainda é, de nos ensinar.





- Do livro “Qual a Dificuldade?”, escrito por Srutakirti Das, traduzido por Bhagavan Das (DVS)