sábado, 13 de junho de 2015

Grande lançamento e pré-venda - Srila Prabhupada-lilamrta



PRÉ VENDA - SRILA PRABHUPADA LILAMRTA

A biografia do grande mestre da autorrealização na era moderna, sua divina graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada.

por Satsvarupa Das Goswami

Coleção composta por 6 volumes




 


Descrição
A história de uma personalidade notável e de um feito igualmente notável. A personalidade é A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada: filósofo, estudioso, líder religioso, santo. O feito é o revolucionário transplante de uma cultura atemporal e espiritual da Índia antiga para o mundo ocidental do século XX. Uma história surpreendente, tocante e instrutiva que irá prender sua atenção a cada página.

O autor, Satsvarupa Dasa Goswami (Stephen Guarino), nascido em 1939, é um discípulo sênior de A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada, o acharya-fundador da ISKCON (International Society for Krishna Consciousness), com quem conviveu entre os anos de 1965 e 1977. Satsvarupa Dasa Goswami se estabeleceu como um prolífico escritor vaishnava e poeta. Publicou mais de cem livros e escreveu poemas, memórias, novelas e estudos baseados nas escrituras vaishnavas. Nos últimos anos, criou centenas de pinturas, desenhos e esculturas que captam e expressam a essência da consciência de Krishna.


Coleção composta de 6 volumes: 

Volume 1 - Toda uma Vida de Preparação ( 308 páginas ) 

Volume 2 - Plantando a Semente ( 290 páginas )  

Volume 3 - Somente ele poderia lidera-los ( 240 páginas )  

Volume 4 - Em todas as cidades e aldeias ( 300 páginas )  

Volume 5 - Que haja um templo ( 284 páginas )  

Volume 6 - Unindo dois mundos ( 468 páginas )


Especificações técnincas:

Livros em brochura.

Dimensões aproximadas de cada exemplar:  21x15 cm (A x L)

Reserve sua coleção: https://goo.gl/gpu07g!





segunda-feira, 1 de junho de 2015

RETOMANDO

Considero agora neste primeiro de junho de 2015 a retomada deste sempre lido e respeitoso blog




Haribol
Eduardo Cruz
Editor

Grande Lançamento Sankirtana Books, Método 3T já disponível!



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Uma História do Despertar do Amor




 


Dhyana-kunda Devi Dasi
Um príncipe que desejava o maior dos reinos o obtém, mas encontra a satisfação em outro lugar.

Uma das histórias mais comoventes no Srimad-Bhagavatam  estápresente no quarto canto. Trata-se da história do pequeno príncipe Dhruva e de sua grande aventura, a qual contém muitas lições sobre o amor.

Dhruva tinha cinco anos quando saiu de casa para a floresta em busca de Deus. Algumas pessoas que ele conheceu no caminho tentaram convencê-lo a voltar.
“É certamente glorioso procurar Deus”, disseram, “mas você não é muito jovem para um compromisso tão sério? E Deus não está em todos os lugares de alguma forma? Por que você tem que ir para a selva, onde há tantos animais ferozes?”.
Dhruva não tinha certeza do porquê, mas ele tinha ouvido falar que grandes sábios que desejavam encontrar o Senhor Supremo saíam de casa e rumavam para a floresta. Aparentemente, isso era o que tinha de ser feito. Se Deus realmente estava lá, Dhruva certamente O encontraria.

Com o que Deus Se parece? O pequeno príncipe também não sabia ao certo. De uma coisa ele sabia: Deus era a única pessoa que poderia realizar o seu desejo secreto. Em relação a isso, Dhruva tinha a palavra de sua mãe. Ela orava a Deus todos os dias, em razão do que ela certamente sabia o que ela estava falando.
A história de Dhruva tem um final feliz. Ele conhece Narada Muni, um mestre espiritual, que lhe diz como chegar a Deus através da devoção. Completamente sozinho na selva, o menino se submete a disciplinas espirituais com determinação grande o bastante para fazer jus ao significado de seu nome: “Perseverante”.
Tigres e chacais pouparam Dhruva, mas ele não apenas sobreviveu, senão que ele se encontrou com Vishnu, uma expansão de Krishna, frente a frente e, por fim, tornou-se famoso como um dos maiores devotos do seu tempo. Seu desejo secreto também se realiza. Eis o final glorioso da história. O início, porém, é triste.
As Palavras Cruéis da Madrasta

O pai de Dhruva, o rei Uttanapada, tinha duas esposas, Suniti e Suruchi. Suniti era a mãe de Dhruva, e Suruchi era a mãe de Uttama. Os meninos brincavam juntos, e ambos tinham a afeição de seu pai, diferente de suas mães. O rei negligenciava Suniti, nem mesmo permitindo que ela chegasse perto dele, enquanto Suruchi era a sua favorita, talvez por causa de sua beleza – ela era deslumbrante. Apesar disso, ela era ciumenta.
Certa vez, o rei estava sentado no trono com Uttama em seu colo, acariciando-o afetuosamente. Dhruva também queria ficar no colo de seu pai, mas Suruchi não gostou da ideia.
“Não, você não pode sentar-se no colo do rei”, disse ela. “Você pode ser o filho do rei, mas isso não é o suficiente. Você teria que ser meu filho também. E isso, meu caro rapaz, você só poderia conseguir adorando o Senhor Supremo. Se Ele estiver satisfeito com você, Ele pode conceder-lhe a preciosa dádiva de proporcionar o seu próximo nascimento a partir do meu ventre”.


Ofendido e enfurecido, Dhruva Maharaja correu para sua mãe.
Ela disse: “Meu caro rapaz”, mas suas palavras golpearam Dhruva como uma estaca. Ela desejou que ele morresse! Seu corpo enrijeceu. Ofegante, ele virou-se para seu pai, mas o rei olhou para o lado, para Suruchi, sua bela rainha. Dhruva virou-se e correu para sua mãe.
O que Suniti poderia fazer além de chorar com seu filho pequeno?

“Sua madrasta está certa”, disse Suniti. “Seu pai não me considera mais sua esposa. Ela está certa, também, em dizer-lhe para adorar o Senhor Supremo. Se você quiser sentar-se no mesmo trono como seu meio-irmão, Uttama, você não deve ter inveja dele, mas apenas retornar ao Senhor Supremo. Adorando-O, você pode conseguir coisas nunca sonhadas por aqueles que depositam sua fé em semideuses. Meu filho, apenas adore o Senhor. Eu não consigo encontrar outro alguém que possa aliviar sua angústia”.

Dhruva tomou uma decisão. Ele iria para a floresta encontrar Deus, e ele disse: “Meu querido Deus, eu sou o filho do rei, mas não serei o herdeiro do trono. Por favor, faça-me um rei maior do que o meu pai. Eu quero ter um reino como ninguém jamais teve. Se Você está satisfeito com a minha adoração, por favor, conceda-me este desejo”.

Visão na Floresta

Dhruva sabia que encontrar Deus seria difícil, mas ele estava determinado. Sozinho na floresta, ele pratica yoga para a concentração, canta um mantra que recebeu de Narada e medita no Senhor, que habita o coração.


Dhruva praticando yoga na floresta.
Seis meses se passaram. Um dia, quando Dhruva entrou em meditação e fixou sua visão interna no Senhor Vishnu, a imagem que ele já tinha se acostumado a contemplar desapareceu de repente. Dhruva perdeu a concentração. Ele abriu os olhos e viu o Senhor Vishnu em pé diante dele. O Senhor parecia exatamente como a forma que Narada lhe descrevera. Dhruva muitas vezes contemplara em seu coração aquela forma majestosa, de quatro braços, adornada com todas as insígnias da Suprema Personalidade de Deus, toda a Sua forma brilhante como um relâmpago.

Desta vez, porém, os olhos de Dhruva estavam abertos, e, diante dele, não estava uma imagem mental, mas uma pessoa vivente, sorrindo para Dhruva. Oprimido, o menino caiu aos pés do Senhor Vishnu. Mesmo enquanto estava deitado no chão, ele não conseguia tirar os olhos do Senhor.


O Senhor Vishnu, junto de Sua ave transportadora, Gadura, encontra-Se com Dhruva Maharaja na floresta.
Satisfeito com Dhruva, o Senhor perguntou se ele tinha qualquer intenção a se cumprir. Tudo estava indo como Dhruva esperava. Seu objetivo impossível agora estava ao seu alcance.

Conflito Clássico
Antes de ouvir a resposta de Dhruva, voltemos à cena onde Dhruva fora proibido de brincar no colo do rei Uttama. Tanto a história como os conflitos são clássicos. De um lado: o pai, a madrasta e “o bom filho”. Do outro: o filho indesejado e excluído do amor e da felicidade de que os outros três gozam.

Porém, o rei Uttanapada, Suruchi e Uttama realmente compartilham de amor e felicidade? Não. Nenhum deles é realmente feliz, e todos os três têm razões para se sentirem inseguros.
Suruchi se sentirá segura da devoção do rei apenas enquanto tenha o charme juvenil de seu corpo. Ela teme sofrer o destino de Suniti e perder as afeições do rei.

O rei, embora ame seus dois filhos, não pode correr o risco de perder o favor de Suruchi. Ele pode governar todos no reino, mas, nas mãos de Suruchi, ele é um animal de estimação. Ela negou seu favor a Dhruva e não se preocupou em esmagar o coração do menino. O rei pode estar pensando: “Suruchi, minha preferida, você seria capaz de fazer isso comigo?”.

Finalmente, Uttama é pequeno demais para entender o que está acontecendo. Tudo o que ele sabe é que ele estava brincando no colo de seu pai e seu irmão Dhruva foi punido por tentar fazer o mesmo. Fico feliz que ele tenha sido poupado, e sentindo-se especial, ele, no entanto, não vê culpa de Dhruva. “Se nenhum de nós fez algo errado e ele foi punido desta vez, serei o punido da próxima vez, papai?”.

Nenhuma dessas três pessoas está recebendo amor real, que é altruísta, incondicional e de fluxo livre. Felizes são aqueles que sabem amar cedo na vida e aprender a alegria de compartilhá-lo. A maioria das pessoas oferece e recebe coisas como sexo, riqueza e poder em nome de amor. E, junto desse tipo de “amor”, vem luxúria, ira, ganância, inveja, ilusão, e loucura. “Os seis inimigos do eu” – é assim que os professores védicos os chamam. E, no fundo, há medo. Por exemplo, Suruchi tem medo por causa de apegos materiais. Quando Dhruva subiu no colo de seu pai, ela o viu não como uma criança inocente, mas como rival de seu filho tentando tomar o trono.
As pessoas que realmente amam não temem perder algo material. Além disso, não se sentem desejosas; são autossatisfeitas. Elas podem ser casadas ou sozinhas, mendigos ou reis, mas elas são livres. Sexo, riqueza, poder ou qualquer coisa material não exercem nenhuma influência sobre elas.
E sobre a busca de Dhruva por amor? Movido pela raiva, ele arrisca sua vida para ganhar um reino maior do que o de seu pai. Todo um planeta para se governar certamente seria uma compensação justa por não poder se sentar no colo do pai.

Como na família de Dhruva, nós, na busca de amor, nos machucamos e nos empurramos para longe um do outro. Tristes são as formas de amor no mundo da matéria. Todavia, o mais triste de tudo é perder ainda a esperança de que o amor verdadeiro exista. Nossos sonhos não realizados de um pai perfeito, uma mãe perfeita, um amante perfeito e um amigo perfeito nos fazem pensar que Deus, o amante perfeito e supremo, talvez não exista.
Dhruva teve sorte. A força de sua frustração, canalizada para a prática espiritual, e o conselho de sua mãe e de seu mestre espiritual, Narada Muni, levaram-no para além do mundo do medo. Ao encontrar o Senhor Vishnu face a face, Dhruva encontrou não apenas o amor que ele tinha perdido, mas a sua própria capacidade de dar amor da mesma forma. Amar é a sua natureza, como é para todos nós. Ele a tinha esquecido, assim como acontece com todos os seres vivos quando se afastam de Deus e do Seu amor. Apesar disso, a natureza original de Dhruva nunca tinha mudado, e a natureza amorosa é a mesma em todos os seres vivos – ela procura expressão, ela motiva uma pessoa a procurar, ela não permite sentir-se satisfeito com o ordinário, o temporário, o limitado. Dhruva ficou satisfeito apenas quando encontrou o ilimitado.
A Resposta de Dhruva

Ao longo de todos os riscos que ele aceitou e de todas as austeridades por ele realizadas, Dhruva acreditava que o desejo do seu coração era ganhar o reino. O que ele poderia conhecer com maior certeza do que seu próprio coração? No entanto, Dhruva descobriu que ele estava errado. Quando ele finalmente se levantou do chão, ele se dirigiu ao Senhor Vishnu com uma oração. Suas palavras, que vieram do coração, foram diferentes do que aquelas que ele havia preparado. Ainda hoje, os devotos do Senhor Vishnu repetem a oração espontânea de Dhruva, que retrata tanto a sua surpresa consigo mesmo quanto a sua alegria esmagadora.




Dhruva, depois de abençoado pelo búzio de Vishnu, ofereceu-lhe orações.
“Ó meu Senhor”, disse Dhruva, “eu queria ser um grande rei e estava realizando severas austeridades para que Você me concedesse esse desejo. Agora, eu obtive Você, o que é muito difícil até mesmo para os semideuses, santos e reis. Eu estava procurando por um pedaço de vidro quebrado, mas, em vez disso, encontrei uma joia absolutamente valiosa. Estou completamente satisfeito, e nada tenho a Lhe pedir”.
O Amor se Expande
O amor a Deus não é apenas a Deus – ele não diminui o carinho que sentimos pelos outros, senão que, ao contrário, aprofunda o carinho, porque somos capazes de amar os outros não por coisas externas, como o seu corpo, e não por algo que eles nos dão, e não somente caso cumpram sua parte do contrato. Um devoto puro, alguém que desenvolveu sua relação amorosa com Deus, pode ver além do condicionamento material dos outros, além de suas características agradáveis ​​e desagradáveis, além até mesmo de sua crueldade, e se relaciona com todos como pessoas espirituais únicas, partes de Deus. Os devotos puros desenvolvem o tipo de intuição que admiramos em histórias de grandes santos e mestres espirituais. Se um devoto puro se sente seguro em sua própria relação de amor com Deus, ele não almeja apreciação dos outros nem se sente prejudicado pela agressividade que possam voltar contra ele. Essas qualidades colocam-no em uma posição única para ajudar os outros.
Suniti, a mãe de Dhruva, foi capaz de aceitar seu destino sem odiá-lo e foi capaz de convencer seu filho a aceitar a instrução valiosa nas palavras de ódio de Suruchi, sem se tornar uma escrava do ódio. Isso significa que um devoto do Senhor deve permitir que outros o pisoteiem? Não. Nem a agressão nem a submissão mansa, por si só, indica avanço espiritual. O que é determinante é a motivação do sujeito.
Um devoto não procura satisfação egoísta, seja por oprimir os outros, seja por ser oprimido para “aproveitar” o status de vítima. Independente de o devoto escolher ser agressivo ou escolher ser manso, sua motivação é servir a Deus e ajudar os outros a encontrar o seu caminho de volta ao Supremo. Ele pode ajudar os outros através de instrução, por exemplo, ou mesmo com a simples presença. Aqueles que tiveram o privilégio de entrar em contato com alguém dotado de verdadeiro amor de Deus, em qualquer fé religiosa, sabem que a presença dessa pessoa eleva os outros ao mesmo plano.
Isso foi o que aconteceu com os membros da família de Dhruva. Ao ouvir a notícia do retorno de Dhruva, o rei Uttanapada correu para fora do palácio para se encontrar com ele. Junto do rei, vieram Uttama, Suniti e Suruchi. Sem reserva, Dhruva foi honrado por ambas as mães, que se prostraram ao chão.

Suruchi o pegou.

“Meu caro rapaz, vida longa a você!”.

Com lágrimas de alegria nos olhos, ela o abençoou.

Suniti, então, abraçou Dhruva carinhosamente, assim como seu irmão Uttama.

Um Rei Honrado

Esta história tem um fim tradicional: Dhruva cresceu em uma família feliz e zelosa e, por fim, tornou-se um grande monarca, amado por todos em seu reino; um reino maior do que qualquer outro que já existira.

O narrador do Srimad-Bhagavatam conclui: “Dhruva não era o mesmo de antes, senão que estava completamente santificado devido a ter sido tocado pelos pés de lótus da Suprema Personalidade de Deus. Àquele que tem qualidades transcendentais devido à amizade com o Senhor Supremo, todas as entidades vivas oferecem honras tão naturalmente como um rio flui a partir do alto de uma montanha”.

Uma pessoa com amor e devoção a Deus pode fazer a diferença para muitos. Aqueles de nós que têm pouca esperança de encontrar Deus, que sentem como se não pudessem reunir coragem suficiente para se aproximar dEle, meditar nEle ou servi-lO, podem encontrar forças ao saber que outros ganharão com o nosso amor a Deus: nossos parentes, amigos e inimigos, bem como transeuntes na rua – todos os seres vivos do mundo.

Dhyana-kunda Devi Dasi, natural da Polônia, juntou-se ao Movimento Hare Krishna em 1987. Ela e seu marido, Ekanatha Dasa, vivem na fazenda da ISKCON em Almviks Gard, na Suécia. Lá, serve como revisora e tradutora da BBT da Europa Setentrional. Também faz parte de um grupo de representantes internacionais do GBC da ISKCON.
Tradução de Anosha Prema. Todo o conteúdo das publicações de Volta ao Supremo é de inteira responsabilidade de seus respectivos autores, tanto o conteúdo textual como de imagens.
Se gostou deste material, também gostará destes: O que É o Amor?O Amor IdealHumildade.

Da Autorrealização ao Amor Puro





Da Autorrealização ao Amor Puro


 


03 SI (artigo - Evolução Espiritual) Da Autorrealização ao Amor Puro (1504) (sankirtana)




A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada



Conhecer-se é apenas o começo.



A autorrealização, o estágio brahma-bhūta, é o começo da vida espiritual, e não o estágio de perfeição. Se uma pessoa entende que não é o corpo e que nada tem a ver com o mundo material, torna-se livre do enredamento material. Entretanto, essa realização não é o estágio de perfeição. O estágio de perfeição começa com a atividade na posição autorrealizada, e essa atividade se baseia na compreensão de que a entidade viva é um servo eternamente subordinado do Senhor Supremo. De outra maneira, não existe significado para a autorrealização. Se alguém se envaidece com a ideia de que é o Brahman Supremo, ou de que se tornou uno com Nārāyaṇa, ou de que se fundiu na refulgência brahma-jyotir, não compreendeu a perfeição da vida. Como o Śrīmad-Bhāgavatam (10.2.32) declara:



ye 'nye 'ravindākṣa vimukta-māninas

tvayy asta-bhāvād aviśuddha-buddhayaḥ

āruhya kṛcchreṇa paraṁ padaṁ tataḥ

patanty adho 'nādṛta-yuṣmad-aṅghrayaḥ



Sujeitos que estão falsamente envaidecidos, pensando que se libertaram simplesmente por terem compreendido sua posição constitucional como Brahman, ou alma espiritual, ainda estão, em verdade, contaminados. Sua inteligência é impura porque não compreendem a Personalidade de Deus. Em última instância, caem de sua posição de vaidade.





Indivíduos que de fato se associam com o Senhor Supremo, Kṛṣṇa, são os mais elevados entre todos os transcendentalistas.



De acordo com o Bhāgavatam (1.2.11), existem três níveis de transcendentalistas: os conhecedores autorrealizados do aspecto do Brahman impessoal da Verdade Absoluta; os conhecedores de Paramātmā, o aspecto localizado do Supremo, que é entendido mediante o processo do yoga místico; e os bhaktas, que estão em conhecimento da Suprema Personalidade de Deus e se ocupam em Seu serviço devocional. Aqueles que compreendem apenas que um ser vivo não é matéria, mas alma espiritual, e que desejam se fundir na Alma Espiritual Suprema estão na posição transcendental mais baixa. Acima deles, estão os yogīs místicos, que, através da meditação, veem dentro do coração a forma de Viṣṇu, que tem quatro braços, a forma de Paramātmā, ou Superalma. No entanto, indivíduos que de fato se associam com o Senhor Supremo, Kṛṣṇa, são os mais elevados entre todos os transcendentalistas. No sexto capítulo do Bhagavad-gītā (6.47), o Senhor confirma isto:



yoginām api sarveṣāṁ mad-gatenāntar-ātmanā

śraddhāvān bhajate yo māṁ sa me yukta-tamo mataḥ



“E, de todos os yogīs, aquele que tem muita fé e sempre permanece em Mim, pensa em Mim dentro de si mesmo e presta serviço transcendental amoroso a Mim é o mais intimamente unido a Mim em yoga e é o mais elevado de todos. Eis a Minha opinião”. Esse é o estágio mais elevado de perfeição, conhecido como prema, ou amor a Deus.



No Bhakti-rasāmṛta-sindhu (1.4.15-16), Śrīla Rūpa Gosvāmī, uma grande autoridade na linha devocional, descreve os diferentes estágios até o ponto do amor a Deus:



ādau śraddhā tataḥ sādhu-saṅgo 'tha bhajana-kriyā

tato 'nārtha-nivṛttiḥ syāt tato niṣṭhā rucis tataḥ

athāsaktis tato bhāvas tataḥ premābhyudañcati

sādhakānām ayaṁ premṇaḥ prādurbhāve bhavet kramaḥ



A primeira condição é que a pessoa deve ter fé suficiente de que o único processo para obter amor a Deus é bhakti, o serviço devocional ao Senhor. Ao longo do Bhagavad-gītā, o Senhor Kṛṣṇa ensina que o sujeito deve abandonar todos os outros processos de autorrealização e render-se completamente a Ele. Isso é fé. Quem tem fé completa em Kṛṣṇa (śraddhā) e se rende a Ele está apto a ser elevado ao nível de prema, que o Senhor Caitanya ensinou como sendo o estágio de perfeição mais elevado da vida humana.



Algumas pessoas são aditas da religião materialmente motivada, enquanto outros são aditos do desenvolvimento econômico, da gratificação dos sentidos ou da ideia da salvação da existência material. Prema, o amor por Deus, entretanto, está acima de tudo isso. O estágio mais elevado de amor fica acima da religiosidade mundana, acima do desenvolvimento econômico, acima da gratificação sensorial e acima até mesmo da libertação, ou salvação. Destarte, o amor a Deus começa com a firme fé de que a pessoa que se ocupa em completo serviço devocional logrou a perfeição de todos esses processos.



O próximo estágio no processo de elevação ao amor a Deus é sādhu-saṅga, associação com pessoas já no estágio mais elevado de amor a Deus. Alguém que evita semelhante associação e simplesmente se ocupa em especulação mental, ou dita meditação, não pode ser elevado à plataforma de perfeição. Porém, quem se associa com devotos puros ou com uma sociedade devocional elevada avança para o estágio seguinte, a saber, bhajana-kriyā, ou aceitação dos princípios reguladores da adoração ao Senhor Supremo. Quem se associa com um devoto puro do Senhor naturalmente aceita essa pessoa como seu mestre espiritual, e, quando o devoto neófito aceita um devoto puro como seu mestre espiritual, o dever do mestre espiritual é treinar o neófito nos princípios do serviço devocional regulado, ou vaidhi-bhakti. Neste estágio, o serviço do devoto baseia-se em sua capacidade de servir o Senhor. O mestre espiritual perito ocupa seus seguidores em atividades que gradualmente desenvolverão sua consciência de serviço ao Senhor. Portanto, o estágio preliminar para se compreender prema, amor a Deus, é aproximar-se de um devoto devidamente puro, aceitá-lo como mestre espiritual e prestar serviço devocional regulado sob sua guia.





Guru e discípulo, e a Superalma no coração de ambos.



O próximo estágio se chama anartha-nivṛtti, no qual todas as apreensões da vida material são aniquiladas. Uma pessoa gradualmente atinge esse estágio por praticar regularmente os princípios primários do serviço devocional sob a guia do mestre espiritual. Há muitos maus hábitos que adquirimos por nos associarmos com a contaminação material, sendo estas as principais: relações sexuais ilícitas, comer alimentos de origem animal, cedermos à intoxicação e nos envolvermos com jogos de azar. A primeira coisa que o mestre espiritual perito faz quando ocupa seus discípulos no serviço devocional regulado é instruí-los a absterem-se desses quatro princípios da vida pecaminosa.



Visto que Deus é supremamente puro, o sujeito não pode se elevar ao estágio de perfeição mais elevado de amor a Deus sem se purificar. No Bhagavad-gītā (10.12), quando Arjuna aceitou Kṛṣṇa como o Senhor Supremo, ele disse, pavitraṁ paramaṁ bhavān: “És o mais puro dos puros”. O Senhor é o mais puro, motivo pelo qual qualquer um que deseje servir o Senhor Supremo também tem que ser puro. A menos que uma pessoa seja pura, não pode nem compreender o que é a Suprema Personalidade de Deus nem se ocupar em Seu serviço amoroso, pois o serviço devocional, como declarado anteriormente, começa do ponto da autorrealização, quando todos os receios da vida materialista são superados.



Após seguir os princípios reguladores e purificar os sentidos materiais, o sujeito logra o estágio de niṣṭhā, “firme fé no Senhor”. Quando a pessoa atingiu esse estágio, ninguém é capaz de desviá-la da concepção da Suprema Personalidade de Deus. Ninguém pode persuadir esse indivíduo a pensar que Deus é impessoal, sem forma, ou que alguma forma criada pela imaginação possa ser aceita como Deus. Aqueles que aderem a essas concepções mais ou menos destituídas de sentido acerca do Senhor Supremo não podem dissuadi-lo da firme fé que tem na Suprema Personalidade de Deus, Kṛṣṇa.





O Bhagavad-gītā, o diálogo sagrado entre Kṛṣṇa e Seu discípulo Arjuna, deve ser compreendido como ele é.



No Bhagavad-gītā, o Senhor Kṛṣṇa enfatiza em muitos versos que Ele é a Suprema Personalidade de Deus. Contudo, apesar de o Senhor Kṛṣṇa enfatizar esse ponto, muitos ditos estudiosos e comentadores ainda negam o conceito pessoal do Senhor. Um estudioso famoso escreveu em seu comentário ao Bhagavad-gītā que a pessoa não tem que se render ao Senhor Kṛṣṇa ou mesmo aceitá-lO como a Suprema Personalidade de Deus, senão que deve, em vez disso, render-se ao “Supremo dentro de Kṛṣṇa”. Semelhantes tolos não sabem o que é “dentro” e o que é “fora”. Comentam sobre o Bhagavad-gītā segundo seus próprios caprichos. Tais sujeitos não podem se elevar ao estágio mais elevado do amor a Deus. Podem ser estudiosos, e talvez sejam elevados em outros departamentos do saber, mas não são nem mesmo neófitos no processo de alcançar o estágio mais elevado de perfeição, amor a Deus. Niṣṭhā implica que se devem aceitar as palavras do Bhagavad-gītā, as palavras da Suprema Personalidade de Deus, como elas são, sem nenhum desvio ou comentário contrassensual.



Se alguém é afortunado o bastante para vencer todos os receios causados pela existência material e elevar-se ao estágio de niṣṭhā, pode, então, elevar-se ao estágio de ruci (gosto) e āsakti (apego ao Senhor). Āsakti é o começo do amor a Deus. Por progredir, a pessoa, então, avança para o estágio de desfrutar de trocas recíprocas com o Senhor em êxtase (bhāva). Toda entidade viva é eternamente ligada ao Senhor, e seu relacionamento pode ser em uma de muitas disposições transcendentais. No estágio de nome āsakti, apego, o indivíduo pode entender sua relação com o Senhor Supremo. Quando ele compreende sua posição, começa a reciprocar com o Senhor. Por meio da constante reciprocação com o Senhor, o devoto é elevado ao estágio mais elevado de amor a Deus, prema.








Do Blog Volta ao Supremo. Leia outros artigos emwww.voltaaosupremo.com.

Vedanta 108: Sabedoria Espiritual em Alta Resolução






Entrevista com Jagadisha Dasa



E se o antigo conhecimento védico se fizesse acessível a todos os falantes de língua portuguesa através de vídeos curtos, bem produzidos e falados com profundidade apesar de voltados para leigos no assunto? Isso e muito mais é aquilo a que se propõe o canal Vedanta 108.



Volta ao Supremo: Como surgiu o Vedanta 108? Qual sua proposta? Quem compõe a equipe por trás de toda a produção?



Jagadisha Dasa: Fui chamado para ministrar um curso regular da Bhagavad-gita na casa do Atmananda Prabhu para algumas pessoas. Chegando lá, me deparei com câmera, iluminação etc. A ideia era gravar para vender DVDs, mas logo vimos que a melhor coisa a ser feita seria criar um canal no Youtube com tudo gratuito. Pensamos rápido e chegamos ao nome Vedanta 108.

A proposta é levar o conhecimento espiritual para todas as pessoas sem distinção ou restrição temporal ou geográfica. São muitos os propósitos do canal. Queremos promover um estudo sistemático de todos os textos; prover associação virtual e física; honrar nossos mestres, em especial Srila Prabhupada, que empregou todo esforço possível para que pudéssemos ter acesso a esse conhecimento; eternizar os devotos; criar um grande acervo para benefício das pessoas e apoiar os projetos da ISKCON no Brasil e no mundo. Esse é nosso sonho. Elaboramos um conteúdo sobre nossa missão: www.vedanta108.com.br/nossa-missao.



Atualmente, somos três. Atmamanda Prabhu, que mencionei, é nosso homem da tecnologia. Todas as edições, vinhetas e demais efeitos são produzidos por ele. Ele é também o grande investidor do canal, aportando todos os recursos para que tudo acontecesse e continue a acontecer sempre melhorando.








Krishna nos mandou outra pessoa também, que é bhaktin Giselle. Ela é uma designer com muita experiência. Ela criou o site e desenvolve todos os logos e imagens.



O terceiro integrante sou eu. Sou responsável por criar o conteúdo e a apresentação de algumas aulas, elaborar perguntas, convidar os palestrantes, sincronizar as agendas, divulgar os novos vídeos e esclarecer as dúvidas dos internautas.



Volta ao Supremo: Por que o nome Vedanta 108?

Jagadisha Dasa: “Vedanta” porque é o conhecimento mais importante dos Vedas; aquele conhecimento que nos traz um ponto final a toda e qualquer busca por felicidade neste mundo. Parafraseando as Upanishads, é aquilo que, sendo conhecido, torna tudo conhecido.



Normalmente, as pessoas acreditam que só existe o vedanta monista de Shankaracharya, mas há outros vedantas igualmente fundamentados nos textos. Então, a ideia era mostrar às pessoas que existe vedanta nas tradições de bhakti também.



Há a questão da divulgação também. Como nosso trabalho é 99% na web, o nome do nosso “negócio” precisava ser a palavra-chave que consta em nosso domínio, nome do canal etc.

O 108 é um número especial que aparece em muitas situações: o número de gopis de Krishna, o número de pedras no jogo de contas de meditação etc.



Volta ao Supremo: Que atributos em comum têm aqueles que são convidados a participar do canal?



Jagadisha Dasa: Compreensão da filosofia, capacidade de explicar sem vícios ou fanatismo, desejo sincero de propagar o conhecimento espiritual, a vivência do conhecimento. São esses alguns dos fatores que buscamos para atender à proposta do canal.




Volta ao Supremo: Os convidados, conforme sua personalidade e sua formação, revelam diferentes formas de abordar o conhecimento védico. Que características destacaria em alguns dos convidados que participaram até hoje?



Jagadisha Dasa: Sua Santidade Chandramukha Swami tem uma enorme habilidade para oratória. É carismático e sabe expor o ensinamento de tal maneira que facilmente se torna algo prático. Sua Graça Loka-sakshi Prabhu parece ter uma mente semelhante à de Vyasa e nos leva a reflexões profundas. Sua Santidade Purushatraya Swami fala com muita propriedade e carisma sobre os temas, e sua vivência profunda é nítida. Sua Santidade Yadunandana Swami é muito erudito e doce em suas palavras. Todos os palestrantes têm características admiráveis que nos fazem entender o porquê de estarem há tanto tempo na trilha do yoga.



Volta ao Supremo: Até o momento, qual seu vídeo favorito?



Jagadisha Dasa: Difícil dizer, mas “Retidão” (veja aqui), de Chandramukha Swami, e “Postura coerente na vida e na morte” (veja aqui), de Purushatraya Swami, são muito tocantes.



Volta ao Supremo: O público interage bem com o canal? Como vem sendo a resposta?



Jagadisha Dasa: Sim, a iniciativa foi recebida com muita satisfação por parte das pessoas. Até agora só tivemos feedbacks positivos. As pessoas se dizem muito gratas pelo serviço. Isso é mostrado pelo contador de “likes” e “dislikes” também, que é a ferramenta do Youtube que mostra o número de pessoas que opinou sobre ter gostado ou não do conteúdo ao qual assistiu. Os comentários deixados em cada vídeo também revelam aprovação.



Volta ao Supremo: Como é o processo de uma gravação?



Jagadisha Dasa: Quando as aulas são da Bhagavad-gita, são feitas na casa do Atmananda. Aquele lindo altar que aparece nos vídeos é cuidado por ele. Lá é mais simples de gravar, pois já está praticamente tudo “engatilhado”. Quando o local de gravação é outro, dá um pouco mais de trabalho. Por exemplo, se for no templo do Rio de Janeiro, temos de combinar bem certinho para que não haja interrupções ou barulhos. Chegamos sempre uma hora antes do horário programado para o entrevistado já encontrar tudo pronto para a gravação. É um trabalho de formiguinha, mas gera muita satisfação.



Volta ao Supremo: Quais os próximos convidados?



Jagadisha Dasa: Temos uma lista enorme, indicada pelos próprios devotos. Por enquanto, estamos gravando com aqueles que passam pelo Rio de Janeiro. Embora ainda não tenhamos gravado fora do Rio, isso vai ocorrer em breve, inevitavelmente.



Volta ao Supremo: Quais são outros planos do canal para o futuro? Que outros conhecimentos veremos no canal?



Jagadisha Dasa: Vem muita coisa boa! Aula de sânscrito, culinária, mridanga, harmônio, Upadeshamrita, Ishopanishad, Bhakti-rasamrita-sindhu, histórias do Mahabharata, passatempos de Krishna, dicas de saúde, alimentação e esporte direcionados aos praticantes de bhakti-yoga e outras coisas ainda mais interessantes, para as quais estamos nos preparando. Também teremos ayurveda, sânscrito, mantras, astrologia védica, vastu-shastra etc.

8.



Nós lançamos um website para facilitar o acompanhamento do conteúdo publicado. Estimamos que, em um ano, tenhamos mais de 300 vídeos. Assim, se fez necessária a criação do site www.vedanta108.com.br. Com ele, ficou bem fácil localizar as aulas e as entrevistas.



Enfim, que mudanças positivas são esperadas no interior de quem acompanhe os vídeos do Vedanta 108?



Jagadisha Dasa: Temos dois tipos de audiência no canal: o público que assiste sem compromisso a um vídeo ou outro, e o público que estabeleceu um compromisso para si de acompanhar as aulas regulares. As mudanças já estão acontecendo para ambos. Com os vídeos que temos publicado até o momento desta entrevista, como os de Purushatraya Swami, Chandramukha Swami, Yadunandana Swami, Lokasakshi Prabhu, Yamunacharya Prabhu etc., recebemos, semanalmente, vários depoimentos espontâneos das pessoas contando suas experiências. Muitas pessoas recebem um alento para um período de sofrimento, outras recebem inspirações para se manterem firmes na senda da vida espiritual, outras recebem respostas providenciais para momentos difíceis. Já os cursos regulares não abordam apenas um tema, mas sim todos os temas relacionados ao conhecimento védico ou vedanta. Nosso objetivo é publicar conteúdo contínuo que leve o estudante a um nível de entendimento mais profundo, onde os temas são conhecidos, concatenados e vivenciados. Isso também está acontecendo. Há muita gente sedenta não só pelo conhecimento, mas por uma metodologia que verdadeiramente viabilize sua prática.



Com isso, esperamos que as pessoas se sintam mais estimuladas a se aprofundarem no vedanta e absorvam esse conhecimento sem lacunas ou falsos entendimentos.



Todo o conteúdo das publicações de Volta ao Supremo é de inteira responsabilidade de seus respectivos autores, tanto o conteúdo textual como de imagens.

 

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Dia 28 – Rama Navami, Aparecimento de Sri Rama



Dia 28 – Rama Navami, Aparecimento de Sri Rama

Srimad Bhagavatam, 1o  Canto, 3o Capítulo, Verso 22
tradução e comentários por Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada




Na décima oitava encarnação, o Senhor apareceu como o rei Rama. Com o propósito de executar certo trabalho do agrado dos semideuses, Ele manifestou poderes sobre­-humanos ao controlar o Oceano Índico e ao matar o ateísta rei Ravana, que estava do outro lado do mar.
SIGNIFICADO
A Personalidade de Deus Sri Rama assumiu a forma de um ser humano e apareceu na Terra com o propósito de fazer certo trabalho do agrado dos semideuses, ou as personalidades admi­nistrativas, para manter a ordem do universo. Às vezes grandes demônios e ateístas como Ravana, Hiranyakasipu e muitos outros tornam-se sobremaneira famosos, devido ao avanço da civilização material, com a ajuda da ciência material e outras atividades, dentro de um espírito de desafio à ordem estabelecida do Senhor. Por exemplo: a tentativa de voar a outros plane­tas por meios materiais é um desafio à ordem estabelecida. As condições de cada planeta são diferentes, e diferentes classes de seres humanos são ali acomodadas para diferentes propósitos, mencionados nos códigos do Senhor. Mas, inflados pelo mínimo sucesso em avanço material, às vezes os materialistas ímpios desafiam a existência de Deus. Ravana era um deles, e queria enviar homens ordinários ao planeta de Indra (céu), através de meios materiais, sem levar em conta as qualificações necessárias. Ele queria construir uma escadaria que chegasse direta­mente ao planeta celestial, para que as pessoas não precisassem submeter-se à rotina de trabalho piedoso necessária para entrar naquele planeta. Ele também queria executar outros atos contra o governo estabelecido do Senhor. Ele chegou mesmo a desafiar a autoridade de Sri Rama, a Personalidade de Deus, e raptou Sua esposa, Sita É claro que o Senhor Rama viera castigar esse ateísta, respondendo à prece e desejo dos semideuses. Ele por­tanto aceitou o desafio de Ravana, e toda esta atividade é o tema do Ramayana. Porque o Senhor Ramacandra era a Personali­dade de Deus, Ele manifestou atividades sobre-humanas, que nenhum ser humano, incluindo o materialmente avançado Ravana, poderia executar. O Senhor Ramacandra abriu uma es­trada real no Oceano Índico, com pedras que flutuavam na água. Os cientistas modernos têm pesquisado na área da antigravi­dade, mas não foram capazes de produzir antigravidade em lu­gar algum. Mas, porque a antigravidade é uma criação do Senhor, pela qual Ele pode fazer planetas gigantescos voar e flu­tuarem no ar, Ele fez com que as pedras, mesmo nessa Terra, ficassem sem peso, e preparou uma ponte de pedras no mar, sem nenhum pilar de apoio. Esta é a manifestação do poder de Deus.


*jejum até o meio-dia para os adeptos

SEXTA-FEIRA, 20 DE MARÇO DE 2015

Flauta e Arado









O que representam as famosas insígnias de Krishna e Balarama?

Devoto: Qual a razão de o Senhor Balarama ser branco? Por que Ele carrega um arado?

Gour Govinda Swami: Balarama é Nityananda Prabhu. Nitai pada-kamala, koti-chandra suchitala: os pés de lótus de Nityananda Rama são tão refrescantes e misericordiosos quanto o efeito refrescante de milhões de luas. Branco é a cor do luar, que indica frescor e misericórdia.

Balarama tem um arado em Sua mão, e Krishna tem uma flauta. Primeiramente, é preciso o cultivo, karshana. Então, todas as coisas sujas, que são como ervas daninhas, serão desarraigadas. O campo deve ser apropriadamente cultivado com o arado de Balarama. Em consequência disso, o campo do coração, hridaya-kshetra, torna-se fértil, e a semente da trepadeira da devoção, bhakti-lata, pode ser semeada. O terreno não pode ser estéril. Se você plantar a semente em uma terra estéril, jamais frutificará. Foi isso que Gopinathacharya disse a Sarvabhauma Bhattacharya: “Por que estou plantando sementes em uma terra infértil [tentando convencer você]? Estou trabalhando inutilmente, pois nunca frutificarão”. Depois de cultivo apropriado pelo arado de Balarama, quando a terra está fértil, a semente deve ser plantada. Quando a semente brotar e você desenvolver prema-bhakti, você se atrairá pela flauta de Krishna. A flauta de Krishna representa akarshana, atração.





Devoto: Quando ouvimos um guru fidedigno, isso é o cultivo da terra?

Gour Govinda Swami: Cultivar a terra significa seguir as regras e regulações, vaidhi-bhakti. O guru lhe dará algumas orientações sobre o que fazer e algumas orientações sobre o que não fazer: siga as regras e regulações, cante dezesseis voltas de japa por dia etc. Após o cultivo apropriado, as coisas indesejadas, as ervas daninhas, são desarraigadas, anartha-upashama, e o campo se torna fértil. O guru, então, plantará a bhakti-lata-bija. Sob sua guia, você fará sravana-kirtana, você ouvirá krishna-katha, em consequência do que você desenvolverá raganuga-bhakti. Você chegará a raga-marga-bhakti e desenvolverá prema sob a guia desse guru. Você, então, verá Krishna. Você, então, obterá Krishna. Nesse momento, o doce flautear de Krishna, que atrai a todos, encantará você. Akarshana, “atração”, é o ponto último, mas, primeiramente, é preciso haverkarshana, “cultivo”. Karshana-akarshana, “cultivo e encantamento”, assim é o templo de Krishna-Balarama.

por Gour Govinda Swami
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