quinta-feira, 10 de junho de 2010

Baladeva Vidyabhusana, o Vedantista Gaudiya




parte 1 de 2 Baladeva Vidyabhusana, The Gaudiya Vedantist Dayananda dasa e Nandarani devi dasi

Suas vozes nasceram juntamente com o sol. Era cedo pela manhã em uma escola de uma vila indiana. Os garotos encontravam-se sentados em impecáveis fileiras atrás de manuscritos de folha de palmeira. Enquanto cantavam suas regras gramaticais, lições de retórica e aforismos lógicos a fim de memorizá-los, cada garoto cantava alto o suficiente para ouvir sua voz sobre a voz do garoto ao lado, o que resultava em um confuso misturar de vozes estridentes.

Esta escola, na qual estudou Baladeva no começo do século XVIII, muito assemelhava-se a escolas rurais que existiram na Índia por milhares de anos. O sistema perdurou porque era efetivo, produzindo eruditos brilhantes e disciplinados, e Baladeva estava entre os melhores deles.

Antes de ir para a escola, Baladeva, o filho de um mercador, viveu por muitos anos próximo à cidade Remuna, Orissa. De lá, ele foi estudar com o grupo de panditas na escola mencionada, que se situa idilicamente às margens do rio Chilkahrada. Os viçosos campos e florestas oriás providenciavam fartamente frutas, legumes e grãos para uma dieta completa e variada. Os garotos estudavam muito, brincavam muito, e cresciam confiantes, saudáveis e com boa discriminação.

Quando os estudos de Baladeva na escola chegaram ao fim, ele não quis retornar para casa e trabalhar no mercado de seu pai. Ele queria ser um estudioso – não um estudioso ordinário, mas um verdadeiro acarya, alguém que pode ensinar sabedoria divina. Um pandita precisa dominar lógica, filosofia, medicina ou cosmologia, mas um acarya precisa saber as escrituras que transmitem a sabedoria mais profunda. Baladeva decidiu estudar filosofia e teologia. Ele se tornaria um Vedantista, uma autoridade nos milenares livros Védicos de conhecimento. Ele não conseguia pensar em nenhuma outra maneira mais grandiosa pela qual poderia beneficiar a si mesmo ou os demais.

Em busca de um preceptor, Baladeva saiu em peregrinação pelos tirthas, locais sagrados, onde se encontrou com monges e eruditos. Em Mysore (atual Karnataka), sudoeste da Índia, ele chegou a um eremitério de homens santos que também se chamavam Tirthas, seguidores do santo e estudioso Ananda Tirtha (1197-1273 d.C.), conhecido no passado como Madhva Acarya. No monastério, ou matha, Baladeva estudou o Vedanta e dominou as artes do debate e da retórica. Esses talentos ser-lhe-iam de grande utilidade em um desafio que ele teria de enfrentar no futuro, quando ainda muito jovem.

O desafio com que Baladeva se depararia é de suma importância na história do Vaisnavismo Gaudiya, a escola espiritual à qual a ISKCON, o moderno movimento Hare Krsna, pertence.

Os Gaudiyas em Vrndavana

À época de Baladeva, os Vaisnavas Gaudiyas, ou seguidores do Senhor Caitanya Mahaprabhu, estavam bem estabelecidos em Vrndavana, a cidade da Índia setentrional onde o Senhor Krsna atuara Seus passatempos infantis cerca de cinco mil anos atrás. A vida naquela região, entretanto, era frequentemente insegura. Por milhares de anos, o distrito de Vrndavana-Mathura foi periodicamente invadido e saqueado. Contudo, a despeito dessas calamidades, Mathura sempre floresceu como um centro de comércio e cultura. Toda religião antiga do norte da Índia considerava Mathura uma cidade importante.

Em 1512, o Senhor Caitanya chegou a Mathura. Ele viu que os locais onde Krsna havia desfrutado Seus passatempos estavam então obscurecidos, em virtude do que passou dois meses localizando e identificando-os. Desejoso de reconstruir Vrndavana e rededicá-la a Krsna, Ele enviou Rupa Gosvami e Sanatana Gosvami, dois de Seus principais discípulos, para a cidade sagrada.

Rupa Gosvami e Sanatana Gosvami desempenharam com sucesso a missão do Senhor Caitanya em Vrndavana. Eles não apenas reconstruíram os locais sagrados da vida de Krsna, mas também escreveram livros que apresentavam a doutrina do Senhor Caitanya de uma maneira apropriada tanto para estudiosos quanto para leigos. Srila Jiva Gosvami, sobrinho e discípulo deles, continuou a obra. Ele supervisionou a construção de templos magníficos para a adoração de Krsna, escreveu exaustivos tratados filosóficos sobre a filosofia da consciência de Krsna, e distribuiu os manuscritos religiosos dos Gosvamis de Vrndavana ao longo do mundo Vaisnava. Em grande parte devido aos esforços de Jiva Gosvami, os Gaudiyas Vaisnavas foram exitosos no estabelecimento de Vrndavana como o principal local do Vaisnavismo no norte da Índia.

Vrndavana sempre foi uma terra sagrada de peregrinação, mas, sob o patronato Gaudiya, vicejou como um poderoso centro religioso por 150 anos. Templos e gurus Gaudiyas eram dominantes em Vrndavana, mesmo quando da chegada de Baladeva no começo do século XVIII.

Govinda Deixa Vrndavana

Infelizmente, a pacífica liderança dos Gaudiyas não pôde prosseguir. Em 1669, o soberano mongol Aurangzeb decretou que os templos e esculturas, ou Deidades, hindus deveriam ser destruídos. As Deidades, sacerdotes e peregrinos estavam em perigo, e os fiéis devotos de Krsna pararam de visitar Vrndavana. Muitos daqueles que tiveram coragem de expressar sua fé foram açoitados ou mortos.

Subseqüentemente, os sacerdotes Vaisnavas apelaram às dinastias hindus do Rajastão por proteção para si mesmos e para as suas Deidades. A proteção foi concedida, e gradualmente as Deidades migraram para o leste, de modo a estabelecerem-Se em Mewar e em Amber, a antiga capital Jaipur. Todavia, sem Deidades, brahmanas e peregrinos, Vrndavana-Mathura perdeu muito de sua glória.

Uma das principais Deidades de Vrndavana era Govinda, uma imagem de mármore negro de sessenta centímetros de Krsna em Seu aspecto original como um vaqueirinho. Srila Rupa Gosvami O encontrou enquanto escavava os locais sagrados de Vrndavana. Posteriormente, informados de que o exército de Aurangzeb buscaria destruir o esplêndido templo de sete andares de Govinda, os sacerdotes secretamente mudaram a Deidade para o Radha-kunda, um lago sagrado amplamente conhecido como um dos locais mais sagrados no distrito de Mathura.

Transcorrido um ano no Radha-kunda, os sacerdotes transferiram seu refúgio divino para Kaman, uma cidade fortificada no distrito de Mathura, onde um complexo apropriado poderia ser construído para Govinda. Por mais de trinta anos, Ele e duas outras Deidades, Gopinatha e Madana-mohana, permaneceram em Kaman. A maior parte dos peregrinos, no entanto, evitavam os regentes mongóis e um clã de pessoas locais chamadas jats, as quais se ergueram contra os mongóis.

Os reis rajputs de Amber viram-se no pivô do conflito entre os mongóis e as guerrilhas jats. Os reis aliaram-se aos mongóis contra os jats, mas patrocinavam as Deidades de Vrndavana, as quais os mongóis queriam destruir.

Ram Singh, o rei de Amber, ordenara em 1671 que Govinda fosse transferido para Kaman, que estava então sob a jurisdição de Amber e Jaipur, embora se situasse no distrito de Mathura. É dito que a transferência fora intencionada como temporária: as Deidades retornaria a Vrndavana quando a agitação política se amainasse. Govinda, todavia, não retornou a Vrndavana. Após trinta e três anos em Kaman, Ele fez outra viagem, desta vez para Amber.

Pouco tempo após o falecimento de Ram Singh, seu filho, Visnu Singh, acompanhou-o para a vida pós morte. Agora, sentou-se no trono de Amber um rei infante, um precoce rei de onze anos de nome Jai Singh, que havia sido condecorado na corte mongol em Agra com a idade de sete anos. Sob o reinado de Jai Singh, Govinda foi transferido em 1707 para a vila chamada Govinda-pura, imediatamente fora de Amber.

O Desafio dos Ramanandis

O novo lar de Govinda tinha pouco em comum com a floresta de Vrndavana, onde vivera formidavelmente. Em Vrndavana, um local sagrado Vaisnava, Govinda era irrivalizavelmente o Senhor Supremo. Seu sacerdote, que vinha na linha direta de Rupa Gosvami, o reconhecido líder dos Vaisnavas em Vrndavana, desfrutava de irrivalizada autoridade no concernente a questões sobre a filosofia e a prática de bhakti, o serviço devocional a Krsna.

Em Amber, contudo, nem todos os Vaisnavas adoravam Krsna. Durante o reino de Prithviraj Singh (1503-1527), um devoto do Senhor Ramacandra chamado Payahari Krsnadasa havia se instalado em Galta, um vale próximo à atual cidade de Jaipur. Payahari foi um discípulo-neto de Ramananda, o reformador do século XIV da sampradaya (linhagem) Vaisnava do sul da Índia de Ramanuja. Payahari adorava Sita-Rama, não Radha-Krsna.

Payahari havia se instalado em uma caverna no vale Galta. Ele converteu a rainha Balan Balai ao Vaisnavismo Ramanandi, e ela, por sua vez, convenceu seu esposo santo, o rei Prithviraj, a patrocinar o estabelecimento de um monastério Ramanandi em Galta. Depois disso, Galta tornou-se a sede setentrional da seita Ramanuja.

Por seis gerações, os mahantas (líderes dos templos) Ramanandis gozaram de uma privilegiada posição no reino Amber. Porém, com a chegada de Govinda em Amber e Sua popularidade com a família real, a hegemonia Ramanandi viu-se ameaçada.

Para Jai Singh, a chegada de Govinda foi especialmente significativa. Apesar da presença de muitas seitas hindus em seu reino, apesar de suas próprias obrigações reais de manter sacrifícios ritualísticos Védicos e Purânicos, e apesar da inquestionável autoridade dos sacerdotes Ramanandis, Jai Singh era, acima de tudo, devoto de Govinda. A chegada de Govinda ao seu reino foi um ponto alto em sua busca espiritual pessoal.

Os sacerdotes Ramanandis logo se deram conta de que, caso Govinda Se tornasse a Deidade favorita do rei, os sacerdotes Gaudiyas assumiriam a autoridade religiosa em Amber. O que seria da ascendência dos Ramanandis?

Os Ramanandis aproximaram-se então de Jai Singh com uma queixa contra os Gaudiyas. Eles questionaram a linhagem Gaudiya. Na Índia, muito se preza o parentesco. Caso um indivíduo não possa provar sua legitimidade natal, ele talvez seja rejeitado como um bastardo. O mesmo padrão social se aplica a organizações religiosas. Se um grupo religioso não pode provar sua descendência a partir de uma das tradições reconhecidas, tal grupo corre o risco de ser rejeitado como ilegítimo.

Jai Singh escreveu ao mahanta do templo de Gopinatha, Syamcaran Sarma, solicitando-lhe que esclarecesse a questão explicando a linhagem dos devotos Gaudiyas. Syamcaran respondeu com uma carta em sânscrito, citando várias escrituras e outras autoridades. Ele explicou que a linhagem Gaudiya tivera início com o Senhor Caitanya, que era o Senhor Supremo. Uma linhagem espiritual originária de Deus é, afinal, irrefutável.

Previsivelmente, os Ramanandis não ficaram satisfeitos. Eles disseram: “Há apenas quatro sampradayas, não cinco. Os estudiosos estabeleceram isso com base no Padma Purana”.

É neste ponto que a nossa história nos leva de volta a Baladeva.

A Formação de Baladeva

Antes de os Ramanandis queixarem-se em Amber, o jovem Baladeva, vivendo em Mysore, recebera instrução no Vedanta-sutra com os seguidores do grande vedantista Madhva Acarya.

A palavra vedanta consiste em duas palavras: veda, “conhecimento”; e anta, “fim”. Desta maneira, Vedanta é a culminação do conhecimento Védico. Os Vedas são os mais antigos dos escritos sânscritos tradicionais compilados por Srila Vyasadeva. Vyasadeva posteriormente compôs o Vedanta-sutra, que contém em formato conciso a essência dos Upanisads (os hinos filosóficos dos Vedas). Porque o Vedanta-sutra é escrito em aforismos, é necessário um comentário para compreendê-lo. O mais antigo e mais famosos comentário ainda existente é o comentário de Sankara Acarya (788-820 d.C.).

Sankara foi monista; ele acreditava na unidade última entre a jiva (o ser vivo) e Deus, e ele interpretou o Vedanta-sutra de acordo. Após Sankara, quatro Vaisnavas instruídos apresentaram-se no curso de muitas centenas de anos para escreverem comentários ao Vedanta-sutra. Esses Vaisnavas escreveram de forma a estabelecer a dualidade entre a jiva e Deus, e, deste modo, refutar o ensinamento monista de Sankara.

Esses quatro preceptores Vaisnavas – Sri Ramanuja Acarya, Sri Nimbarka, Sri Madhva Acarya e Sri Visnusvami – estabeleceram as quatro sampradayas Vaisnavas reconhecidas. Subsequentes líderes religiosos Vaisnavas pertenciam a uma dessas sampradayas e eram, destarte, considerados legítimos. Ramananda alegou que sua linhagem era oriunda de Ramanuja.

Relembramos mais uma vez que Baladeva, em Mysore, havia permanecido na matha da Madhva-sampradaya e estudado o comentário Vedanta-sutra de Madhva.

Ele havia desfrutado de sua educação, mas ele desfrutava ainda mais da aplicação de seu aprendizado. Ele divertia-se em debates; nenhum desafiador era bom demais para ele. E ele estava sempre ávido pela oportunidade de esclarecer outros. Agora, após se tornar um palestrante e debatedor perito, Baladeva deixou Mysore e partiu com destino a Puri, na Orissa, onde novamente passou a residir em uma matha Madhva.

Em Puri, Baladeva encontrou-se com Radhadamodara dasa, um brahmana de Kanyakubja (atual Kanpur), no centro da Índia setentrional. Radhadamodara era discípulo-neto de Rasikananda, um pregador do século XVII que estabeleceu o movimento Gaudiya ao longo da Orissa. Radhadamodara, um erudito na filosofia Gaudiya, explicou a Baladeva a posição do Senhor Caitanya, apoiando seus pontos com citações do Mahabharata e do Srimad-Bhagavatam.

Radhadamodara disse: “Sri Krsna Caitanya é o próprio Senhor Supremo. Ele veio a fim de inundar o mundo com krsna-prema, amor por Krsna. Sri Caitanya não estava interessado no estudo de muitos comentários ao Vedanta-sutra, pois Ele considerava o Srimad-Bhagavatam, escrito pelo mesmo autor – Vyasa – como sendo o comentário natural. Assim, a partir do Bhagavata e por meio de Seu próprio exemplo, Ele ensinou que devemos servir o Senhor Supremo, Krsna, e absorvermo-nos na audição sobre Ele e na glorificação a Ele. O próprio Sri Caitanya estava sempre absorto em krsna-prema. Ele, desta forma, não viu necessidade alguma de escrever algum livro”.

Radhadamodara aconselhou Baladeva a estudar o Bhagavata-sandarbha, de Srila Jiva Gosvami. Por dias, Radhadamodara e Baladeva se reuniram e discutiram a obra de Jiva. Baladeva notou que Jiva não era significativamente diferente de Madhva. Com efeito, as filosofias de Jiva e Madhva concordavam nos pontos mais essenciais. Ainda assim, o tratado de Jiva desenvolvia a filosofia Vaisnava de uma maneira elegante e lógica que impressionou Baladeva profundamente.

Agora convencido de que a perspectiva Gaudiya era verdadeira, Baladeva pediu a Radhadamodara que o iniciasse na Gaudiya-sampradaya. Baladeva, no entanto, já era um Vaisnava iniciado, devido ao que Radhadamodara não realizou uma iniciação formal, mas uma cerimônia na qual Baladeva concordou em aceitar e servir Sri Caitanya Mahaprabhu como o Senhor Supremo. Assim, Baladeva tornou-se membro da sampradaya Gaudiya.

Dominando a Filosofia Gaudiya

Baladeva então decidiu viajar para Vrndavana, o centro espiritual da seita Gaudiya. Primeiramente, entretanto, ele foi a Navadvipa, onde se encontrou com os Vaisnavas de lá e com eles discutiu filosofia. Todos eles disseram-lhe que estudasse com Visvanatha Cakravarti Thakura em Vrndavana. Porque Baladeva ficou muito ávido por encontrar-se com Visvanatha, ele permaneceu apenas um curto período de tempo em Navadvipa antes de dar início à viagem de quase mil quilômetros e meio que faria a pé até Vrndavana.

Ao chegar em Vrndavana, Baladeva logo encontrou-se com Visvanatha Cakravarti, apresentou-se, e explicou sua trajetória e a história de seu encontro com Radhadamodara em Puri. Visvanatha ficou agradado com o fato de Baladeva ter-lhe buscado para estudar o Srimad-Bhagavatam, e sugeriu um dia apropriado para começarem seus estudos. Ele também decidiu que Baladeva deveria estudar os rasa-sastras, obras de devoção avançada, com outro estudioso, Pitambara dasa.

O apetite de Baladeva foi aguçado lendo o Bhagavata-sandarbha de Jiva Gosvami em Puri. Com Pitambara, Baladeva aprendeu o significado esotérico da filosofia bhagavata, como apresentado nos rasa-sastras. Ele então estudou o Caitanya-caritamrta, a biografia do Senhor Caitanya composta por Krsnadasa Kaviraja Gosvami. O Caitanya-caritamrta é uma obra avançada, destinada àqueles que estudaram completamente as outras escrituras Vaisnavas. Completando seu estudo desta obra culminante, Baladeva qualificou-se para um futuro brilhante como um estudioso Gaudiya.

Enquanto isso, em Ambes, os Ramanandis continuavam promovendo sua guerra ideológica contra os Gaudiyas. Os Ramanandis não aceitaram a resposta que os mahantas Gaudiyas haviam dado ao rei Jai Singh – de que Sri Caitanya Mahaprabhu era o próprio Senhor Supremo e que Sua sampradaya situava-se, por conseguinte, acima de qualquer dúvida. Os Ramanandis insistiram no princípio de sampradaya catvarah, “existem apenas quatro sampradayas”, indicando, naturalmente, que os Gaudiyas se constituíam de uma quinta e desautorizada linhagem.

Continua... Tradução de Bhagavan dasa (DvS) – Outras traduções disponíveis em www.devocionais.xpg.com.br

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