O que segue é parte de uma palestra de Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada, o acharya-fundador da ISKCON e da BBT, proferida na cidade de Seattle, no dia 20 de outubro do ano de 1968.
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Assim, onde está esse Vaikunthaloka? É bastante imprudente perguntar porque não podemos calcular sequer este mundo material, qual é o comprimento e a largura deste universo. Este é apenas um universo. Isso se chama mayika brahmananda. Mayika significa sombra. Sombra... Sombra existe por conta do real. Assim, portanto, chama-se maya. Assim como o exemplo de que, no país de vocês, na janela, há muitos modelos ótimos, belas mulheres paradas, ou um homem parado, bem vestido, mas não é um homem ou uma mulher de verdade. Trata-se de sombra. Isso se chama maya. Esse é o exemplo de maya. Maya significa que não se trata de um fato, mas parece como um fato. Isso se chama maya. Outro exemplo é... Assim como a miragem, a água no deserto. Na verdade, não há água, mas parece haver água. Os animais tolos, eles correm atrás da água, mas não há água. Simplesmente correndo atrás de fogo fátuo, fantasmagoria. Assim, todos nós neste mundo material estamos ansiando por felicidade. Todos estão tentando ser felizes. Mas é como o mesmo exemplo, de que não há água no deserto, e, ainda assim, o animal tolo está correndo atrás disso.
Então, toda a criação material é assim. O criador deste universo, Krishna, Ele diz, duhkhalayam asasvatam: [Bg. 8.15] “Este é o lugar para sofrimento”. E você está buscando por felicidade. Assim como na casa de detenção: é o lugar para sofrimento, e, se você quer ficar confortável, isso se chama maya. Maya-sukhaya bharam udvahato vimudhan [SB 7.9.43]. O mundo inteiro está correndo atrás de felicidade, o que não é possível. Portanto, são descritos como vimudhan, patifes. Nós, algumas vezes, usamos esta palavra com grande frequência, “patifes”, e eles ficam irritados. Mas, na verdade, essa é a descrição: “Patifes”. Todos esses homens assim chamados civilizados, homens assim chamados civilizados, eles sequer são homens. Eles são todos animais. Mas, no sastra, eles são descritos como dvi-pada-pasu. Eles são animais, mas eles têm duas pernas. Isso é tudo. Essa é a diferença. Os animais, geralmente, eles têm quatro pernas, catus-pada, mas esses animais são bípedes. Essa é a diferença. Eles são animais porque... O mesmo exemplo: No deserto, não há água, e o animal está correndo atrás disso. Por que ele é chamado de animal? Porque ele não entende que: “No deserto, como pode haver água?”.
Assim, Vidyapati canta uma canção, tatala saikate, vari-bindu-sama, suta-mitra-ramani-samaje. Estamos tentando ser felizes aqui neste mundo material—como? Suta-mitra-ramani-samaje. Suta significa filhos. Mitra significa amigos. Sociedade, amizade e amor, esposa, filhos... Tata... Assim, alguém talvez diga: “A menos que não haja felicidade, como estão batalhando por esse suta-mitra-ramani-samaja?”. Então, Vidyapati diz: “Sim, há felicidade”. Certamente há felicidade. Do contrário, por que esses vimudhan, indivíduos tolos, estão correndo atrás dela? Ele, então, diz que o valor da felicidade deles é a proporção de uma gota de água no deserto. Tatala saikate. Tatala significa muito quente, e saikate significa areia. Aqueles que já viram o deserto, eles têm a experiência de como ele é intolerável durante a presença dos raios solares, vasto, quero dizer, seguimento de terra com areia. Então, naturalmente, eles necessitam de água. Então, se alguém diz: “Sim, eu darei água a vocês”, e uma gota de água... Como se chama? Proporcional, simbólico. Chama-se quantia simbólica. “Sim, você quer água. Pegue esta água, gota”. “Que diferença fará essa água? Estamos no deserto. Quero um oceano de água e você está me dando uma gota de água? Que valor há nisso?”. Então, ainda assim, estamos buscando por água lá. Portanto, é dito corretamente, tatala saikate, vari-bindu-sama. Vari-bindu. Suta-mitra-ramani-samaje.
dehapatya-kalatradisu
atma-sainyesu asatsv api
pramattah tasya nidhanam
pasyann api na pasyati
Dehapatya-kalatradisu. Este corpo, deha, apatya, filhos; kalatra, esposa; adisu, com todas essas coisas... Então, expande novamente. A partir dos filhos, vocês obtêm... Vocês os casam. Então, novamente, expansão—nora, genro, neto. Desta maneira, estamos ampliando a nossa assim chamada felicidade. Atma-sainyesu. E estamos pensando que: “Esses amigos que me rodeiam—a sociedade, os amigos e o amor, a nação—irão me proteger”. No nosso país, nós vimos. Gandhi batalhou muito, quero dizer, duro para obter a independência, pensando que: “Seremos felizes”. Mas o próprio Gandhi foi morto.
Então, isso se chama maya. Tentem compreender maya. Maya significa onde não há felicidade, não há fato, e, ainda assim, estamos nos empenhando por isso. Isso se chama maya. Tentem compreender o que é maya. Maya-sukhaya bharam udvahato vimudhan [SB 7.9.43], Prahlada Maharaja diz. Na verdade, não há fato, e, ainda assim, estamos nos empenhando por isso. Todo o universo é como isso. Mesmo caso você esteja situado como Brahma, ou esteja situado como uma formiga insignificante, esse empenho pela existência está prosseguindo.
Além do Mundo de Ansiedades
Então, Prahlada Maharaja diz que: “Esses patifes, eles estão labutando por uma existência, por uma felicidade, que não é possível neste mundo material. E, além dessa atmosfera de labuta do mundo material, maya atite...”. Atite. Atite significa além. Mayatite vyapi-vaikuntha-loke. Existe outro mundo. Isso também é informado no Bhagavad-gita. Parah tasmad tu bhava anyah ’vyaktavyaktat sanatanah. Existe outro bhava. Bhava significa natureza. Assim como isto é natureza. Temos experiência, maya. A natureza maya significa que, aqui, a nossa principal meta é encontrar a felicidade. Isso é... Porque somos almas espirituais, partes e parcelas de Krishna, sac-cid-ananda-vigraha [Bs. 5.1]. Krishna, então também somos sac-cid-ananda diminutas. A nossa existência é assim. Todavia, porque somos muito pequenos, essa, quero dizer, qualidade, sat, algumas vezes se extingue. O exemplo é da centelha de fogo. Ela é fogo. Uma centelha do fogo cai em seu corpo. Tão logo caia, ela queimará aquele pequeno local, pequeno como um ponto. Então, ela tem a mesma qualidade, mas, tão logo sai do fogo, ela se extingue—não mais é fogo. É carbono. Novamente, pegue isso e coloque no fogo, então é fogo mais uma vez. Então, a nossa posição é assim. Somos, de fato, da mesma qualidade, sac-cid-ananda. Então, a nossa queda de Krishna para este mundo material significa que perdemos a nossa identidade de eternidade. Ela se encobriu. Assim como a mesma pequena centelha. Ela é fogo, mas agora está extinta, cinza, tal qual carvão, cinza. Enquanto está com o fogo original, ela também está queimando, mas, se você a retira e a deixa à parte, então se torna cinzas. Assim, tal é a nossa posição. E estamos batalhando aqui. Nós perdemos a qualidade ígnea, e, ainda assim, estamos tentando ser fogo. Isso se chama existência de maya.
Assim, há outro mundo. Essa informação é dada aqui [Caitanya-caritamrta, Adi-lila 1.8]. Mayatite vyapi. Vyapi significa muito extenso. Todo este mundo material é um quarto da expansão de Krishna, um quarto. E aquele Vaikunthaloka são três quartos. Assim, portanto, ele se chama vyapi. Vyapi significa muito extenso. Não podemos calcular sequer esta existência material. Ela tem apenas um quarto. Agora, como nos é possível calcular o vyapi vaikuntha-loka? Vyapi-vaikuntha-loka. Vaikuntha significa... Vi significa sem, e kuntha significa ansiedade. Assim, Vaikunthaloka significa que não há ansiedade. Não há ansiedade. Aqui, estamos cheios de ansiedades, neste mundo material. Mesmo grandessíssimos homens de negócios, que têm dinheiro suficiente, vocês verão que eles estão em ansiedade. O homem de negócios está sempre pensando: “Como este negócio continuará? Como manter tantos homens?”. Assim, vi isso naquele nosso tipógrafo, Dai Nippon, o presidente, quando nós temporariamente descontinuamos os nossos negócios, ele ficou cheio de ansiedade. Sim. Agora, eles concordaram em reduzir dez por cento a mais do que qualquer outro tipógrafo. Por quê? Ele estava cheio de ansiedade. (risos) Esse é o fato. Então, não pensem que grandessíssimos homens de negócios ou aqueles que têm dinheiro o suficiente não têm ansiedade. A ansiedade tem de estar lá. Este é um lugar de ansiedade, kuntha. Prahlada Maharaja apontou que tat sadhu manye ’sura-varya dehinam sada samudvigna-dhiyam asad-grahat. Aqui neste mundo material, quem quer que esteja... Brahma também está em ansiedade, repleto de ansiedade. Indra... Vocês sabem. Prthu Maharaja estava sacrificando cem vezes, e Indra ficou muito ansioso que: “Se Prthu se tornar muito grandioso, então ele talvez ocupe meu assento”. Ele, então, quis colocar obstáculos de sorte que ele não concluísse tantos yajnas.
Deste modo, todos estão em ansiedade neste mundo material, maya. Assim, o nosso movimento da consciência de Krishna visa levar a pessoa, ou todas as pessoas, desta maya para Vaikuntha. Isto é a consciência de Krishna: salvar a entidade viva da ansiedade e levá-la para a plataforma de não-ansiedade. Esta é a diferença: da ansiedade para a não-ansiedade. Trata-se da maior dádiva para a sociedade humana. Todos estão cheios de ansiedade porque estão neste mundo material. Eles têm de estar cheios de ansiedade. Aqui, então, a informação é dada, mayatite vyapi-vaikuntha-loke: “Existe outra atmosfera, outra natureza, onde não há ansiedade, não há ansiedade”. Kalpa-vrksa-laksavrtesu surabhir abhipalayanatam. Aqui, estamos mantendo vacas, mas, sem leite: ansiedade. Milhares de rúpias gastas, e nada de leite; leite em pó. Vêem? Esta é a posição, repletos de ansiedade, sempre. Então, vocês não podem ficar livres de ansiedade neste loka. Portanto, nesta vida, na forma humana de vida, vocês podem compreender cultivando conhecimento do sastra, do guru, das pessoas santas: “Qual é a posição? O que quero? Por que estou cheio de ansiedade? Como isso pode ser mitigado?”. Assim, portanto, essa informação é dada: vaikuntha-loka, voltar ao lar. Yad gatva na nivartante tad dhamam paramam mama [Bg. 15.6].
Política e a Transformação do Mundo Material em Vaikuntha
Assim, o movimento da consciência de Krishna é o único empenho onde..., por se tornar consciente de Krishna, você se transfere desta maya para Vaikuntha. Este é o significado. Mayatite, além desta maya, há outro reino, onde não há kuntha, vaikuntha-loke. E há administração. Assim como aqui há administração, o rei ou o presidente, ou ministros e muitíssimas coisas, também há administração lá, mas aquela administração é conduzida diretamente pela Suprema Personalidade de Deus. Aqui, o presidente ou o rei administra tudo. E, portanto, o administrador ideal ou chefe executivo ideal é alguém que seja um indivíduo santo e devoto. Isso é necessário. Na política também, há necessidade de devotos. O devoto... Os políticos, eles primeiro precisam compreender a consciência de Krishna caso realmente queiram fazer bem aos outros. Caso permaneçam como animais, isso não é possível. Então, o mundo inteiro, o povo, sofrerá. Essa é a posição agora. Não há governante padrão. O governante tem que ser representante de Krishna. Então... Então, tudo será... Assim como Maharaja Yudhisthira. Maharaja Yudhisthira era representante de Krishna. Ou o Senhor Ramacandra, Ele era Deus em pessoa. Semelhante chefe executivo é necessário, não esses patifes. Vocês, então, jamais serão felizes. Simplesmente, de uma maneira ou outra, vocês selecionam algum presidente patife; vocês jamais serão felizes. Ele tem que ser o próprio Krishna ou o representante de Krishna. As pessoas, então, serão felizes. Imam rajarsayoh viduh. Eles estão pensando que: “O Bhagavad-gita se destina a alguns parasitas. Eles não estão fazendo nada, e estão se dando à leitura do Bhagavad-gita e vivendo à custa dos outros”. Eles estão pensando assim, mas, na verdade, o governante deve ser um estudioso do Bhagavad-gita bem familiarizado com a obra. Essa é a declaração no Bhagavad-gita. Imam rajarsayoh viduh. Ele se destina aos reis santos. Porque, se o rei ou o presidente compreende o Bhagavad-gita, ele pode solucionar todos os problemas. Mas ele permanece um patife, e não há solução alguma. Eles estão simplesmente lutando uns com os outros. Esse político está lutando contra aquele político. Isso continua. Isso jamais nos fará felizes. Portanto, é melhor irmos embora deste lugar e voltarmos ao lar, voltarmos ao Supremo. (Devotos: Jaya!) Não tentem ser felizes aos cuidados desses patifes. Isso jamais será possível. Essa é a instrução de todo os sastras.
Agora, a questão foi quem deve ser eleito no..., ou aceito como o rei ideal. O nosso Pancadravida Maharaja estava fazendo essa pergunta. Trata-se de algo muito simples. Os ksatriyas... Existem duas famílias de ksatriyas, e eles ainda clamam: uma oriunda do deus do sol, e uma oriunda do deus da lua. Candra-vamsa, surya-vamsa. Neste mundo material, há duas famílias de ksatriyas. Os ksatriyas se destinam a governar. Então, tudo é declarado no Bhagavad-gita. Assim, vocês têm que selecionar governantes dessas duas dinastias. Verdadeiramente. Imam rajarsayo viduh. Vocês viram a ilustração desenhada por nossos artistas, em que Krishna está instruindo o deus do sol. Imam vivasvate yogam proktavan aham avyayam [Bg. 4.1]. Então, Vaikuntha-loka está lá. Não há problema. Mas vocês podem tornar este maya-loka também Vaikuntha-loka propagando a consciência de Krishna, a mesma qualidade. Assim como o ferro é ferro, mas vocês podem torná-lo fogo. Como? Simplesmente o colocando no fogo. Aos poucos, quente, mais quente, então se torna vermelho e quente. Nesse momento, o ferro não é mais ferro; ele é fogo. Similarmente, se vocês podem propagar a consciência de Krishna constantemente; então, mediante a propagação deste movimento da consciência de Krishna, vocês podem tornar o mundo inteiro consciente de Krishna, e, assim, ele será Vaikuntha. O mesmo exemplo. Você coloca a barra de ferro no fogo, e ela se torna quente, mais quente e, então, vermelha e quente. Quando está vermelha e quente, então não é mais barra de ferro. É fogo. Em qualquer lugar que você toque, queimará.
Assim, o nosso movimento da consciência de Krishna é para esse fim. Ampliemos a consciência de Krishna e não mais haverá kuntha, não mais haverá ansiedade. As pessoas estão tentando ficar livres de ansiedade, e isso é possível apenas por este movimento. Coloquem-se sempre em contato com Krishna. E o método é muito simples: Hare Krishna. Isso é tudo. Se você se mantiver em contato com Hare Krishna... Nós já nos tornamos conhecidos como os Hare Krishnas pelo mundo todo, o pessoal Hare Krishna. Assim, ampliem essa população, o pessoal Hare Krishna, e aqui será Vaikuntha.
Muito obrigado.
Tradução de Bhagavan dasa (DvS) e revisão de Prema Vardhana devi dasi (DvS). Outras traduções em www.devocionais.xpg.com.br
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Assim, onde está esse Vaikunthaloka? É bastante imprudente perguntar porque não podemos calcular sequer este mundo material, qual é o comprimento e a largura deste universo. Este é apenas um universo. Isso se chama mayika brahmananda. Mayika significa sombra. Sombra... Sombra existe por conta do real. Assim, portanto, chama-se maya. Assim como o exemplo de que, no país de vocês, na janela, há muitos modelos ótimos, belas mulheres paradas, ou um homem parado, bem vestido, mas não é um homem ou uma mulher de verdade. Trata-se de sombra. Isso se chama maya. Esse é o exemplo de maya. Maya significa que não se trata de um fato, mas parece como um fato. Isso se chama maya. Outro exemplo é... Assim como a miragem, a água no deserto. Na verdade, não há água, mas parece haver água. Os animais tolos, eles correm atrás da água, mas não há água. Simplesmente correndo atrás de fogo fátuo, fantasmagoria. Assim, todos nós neste mundo material estamos ansiando por felicidade. Todos estão tentando ser felizes. Mas é como o mesmo exemplo, de que não há água no deserto, e, ainda assim, o animal tolo está correndo atrás disso.
Então, toda a criação material é assim. O criador deste universo, Krishna, Ele diz, duhkhalayam asasvatam: [Bg. 8.15] “Este é o lugar para sofrimento”. E você está buscando por felicidade. Assim como na casa de detenção: é o lugar para sofrimento, e, se você quer ficar confortável, isso se chama maya. Maya-sukhaya bharam udvahato vimudhan [SB 7.9.43]. O mundo inteiro está correndo atrás de felicidade, o que não é possível. Portanto, são descritos como vimudhan, patifes. Nós, algumas vezes, usamos esta palavra com grande frequência, “patifes”, e eles ficam irritados. Mas, na verdade, essa é a descrição: “Patifes”. Todos esses homens assim chamados civilizados, homens assim chamados civilizados, eles sequer são homens. Eles são todos animais. Mas, no sastra, eles são descritos como dvi-pada-pasu. Eles são animais, mas eles têm duas pernas. Isso é tudo. Essa é a diferença. Os animais, geralmente, eles têm quatro pernas, catus-pada, mas esses animais são bípedes. Essa é a diferença. Eles são animais porque... O mesmo exemplo: No deserto, não há água, e o animal está correndo atrás disso. Por que ele é chamado de animal? Porque ele não entende que: “No deserto, como pode haver água?”.
Assim, Vidyapati canta uma canção, tatala saikate, vari-bindu-sama, suta-mitra-ramani-samaje. Estamos tentando ser felizes aqui neste mundo material—como? Suta-mitra-ramani-samaje. Suta significa filhos. Mitra significa amigos. Sociedade, amizade e amor, esposa, filhos... Tata... Assim, alguém talvez diga: “A menos que não haja felicidade, como estão batalhando por esse suta-mitra-ramani-samaja?”. Então, Vidyapati diz: “Sim, há felicidade”. Certamente há felicidade. Do contrário, por que esses vimudhan, indivíduos tolos, estão correndo atrás dela? Ele, então, diz que o valor da felicidade deles é a proporção de uma gota de água no deserto. Tatala saikate. Tatala significa muito quente, e saikate significa areia. Aqueles que já viram o deserto, eles têm a experiência de como ele é intolerável durante a presença dos raios solares, vasto, quero dizer, seguimento de terra com areia. Então, naturalmente, eles necessitam de água. Então, se alguém diz: “Sim, eu darei água a vocês”, e uma gota de água... Como se chama? Proporcional, simbólico. Chama-se quantia simbólica. “Sim, você quer água. Pegue esta água, gota”. “Que diferença fará essa água? Estamos no deserto. Quero um oceano de água e você está me dando uma gota de água? Que valor há nisso?”. Então, ainda assim, estamos buscando por água lá. Portanto, é dito corretamente, tatala saikate, vari-bindu-sama. Vari-bindu. Suta-mitra-ramani-samaje.
dehapatya-kalatradisu
atma-sainyesu asatsv api
pramattah tasya nidhanam
pasyann api na pasyati
Dehapatya-kalatradisu. Este corpo, deha, apatya, filhos; kalatra, esposa; adisu, com todas essas coisas... Então, expande novamente. A partir dos filhos, vocês obtêm... Vocês os casam. Então, novamente, expansão—nora, genro, neto. Desta maneira, estamos ampliando a nossa assim chamada felicidade. Atma-sainyesu. E estamos pensando que: “Esses amigos que me rodeiam—a sociedade, os amigos e o amor, a nação—irão me proteger”. No nosso país, nós vimos. Gandhi batalhou muito, quero dizer, duro para obter a independência, pensando que: “Seremos felizes”. Mas o próprio Gandhi foi morto.
Então, isso se chama maya. Tentem compreender maya. Maya significa onde não há felicidade, não há fato, e, ainda assim, estamos nos empenhando por isso. Isso se chama maya. Tentem compreender o que é maya. Maya-sukhaya bharam udvahato vimudhan [SB 7.9.43], Prahlada Maharaja diz. Na verdade, não há fato, e, ainda assim, estamos nos empenhando por isso. Todo o universo é como isso. Mesmo caso você esteja situado como Brahma, ou esteja situado como uma formiga insignificante, esse empenho pela existência está prosseguindo.
Além do Mundo de Ansiedades
Então, Prahlada Maharaja diz que: “Esses patifes, eles estão labutando por uma existência, por uma felicidade, que não é possível neste mundo material. E, além dessa atmosfera de labuta do mundo material, maya atite...”. Atite. Atite significa além. Mayatite vyapi-vaikuntha-loke. Existe outro mundo. Isso também é informado no Bhagavad-gita. Parah tasmad tu bhava anyah ’vyaktavyaktat sanatanah. Existe outro bhava. Bhava significa natureza. Assim como isto é natureza. Temos experiência, maya. A natureza maya significa que, aqui, a nossa principal meta é encontrar a felicidade. Isso é... Porque somos almas espirituais, partes e parcelas de Krishna, sac-cid-ananda-vigraha [Bs. 5.1]. Krishna, então também somos sac-cid-ananda diminutas. A nossa existência é assim. Todavia, porque somos muito pequenos, essa, quero dizer, qualidade, sat, algumas vezes se extingue. O exemplo é da centelha de fogo. Ela é fogo. Uma centelha do fogo cai em seu corpo. Tão logo caia, ela queimará aquele pequeno local, pequeno como um ponto. Então, ela tem a mesma qualidade, mas, tão logo sai do fogo, ela se extingue—não mais é fogo. É carbono. Novamente, pegue isso e coloque no fogo, então é fogo mais uma vez. Então, a nossa posição é assim. Somos, de fato, da mesma qualidade, sac-cid-ananda. Então, a nossa queda de Krishna para este mundo material significa que perdemos a nossa identidade de eternidade. Ela se encobriu. Assim como a mesma pequena centelha. Ela é fogo, mas agora está extinta, cinza, tal qual carvão, cinza. Enquanto está com o fogo original, ela também está queimando, mas, se você a retira e a deixa à parte, então se torna cinzas. Assim, tal é a nossa posição. E estamos batalhando aqui. Nós perdemos a qualidade ígnea, e, ainda assim, estamos tentando ser fogo. Isso se chama existência de maya.
Assim, há outro mundo. Essa informação é dada aqui [Caitanya-caritamrta, Adi-lila 1.8]. Mayatite vyapi. Vyapi significa muito extenso. Todo este mundo material é um quarto da expansão de Krishna, um quarto. E aquele Vaikunthaloka são três quartos. Assim, portanto, ele se chama vyapi. Vyapi significa muito extenso. Não podemos calcular sequer esta existência material. Ela tem apenas um quarto. Agora, como nos é possível calcular o vyapi vaikuntha-loka? Vyapi-vaikuntha-loka. Vaikuntha significa... Vi significa sem, e kuntha significa ansiedade. Assim, Vaikunthaloka significa que não há ansiedade. Não há ansiedade. Aqui, estamos cheios de ansiedades, neste mundo material. Mesmo grandessíssimos homens de negócios, que têm dinheiro suficiente, vocês verão que eles estão em ansiedade. O homem de negócios está sempre pensando: “Como este negócio continuará? Como manter tantos homens?”. Assim, vi isso naquele nosso tipógrafo, Dai Nippon, o presidente, quando nós temporariamente descontinuamos os nossos negócios, ele ficou cheio de ansiedade. Sim. Agora, eles concordaram em reduzir dez por cento a mais do que qualquer outro tipógrafo. Por quê? Ele estava cheio de ansiedade. (risos) Esse é o fato. Então, não pensem que grandessíssimos homens de negócios ou aqueles que têm dinheiro o suficiente não têm ansiedade. A ansiedade tem de estar lá. Este é um lugar de ansiedade, kuntha. Prahlada Maharaja apontou que tat sadhu manye ’sura-varya dehinam sada samudvigna-dhiyam asad-grahat. Aqui neste mundo material, quem quer que esteja... Brahma também está em ansiedade, repleto de ansiedade. Indra... Vocês sabem. Prthu Maharaja estava sacrificando cem vezes, e Indra ficou muito ansioso que: “Se Prthu se tornar muito grandioso, então ele talvez ocupe meu assento”. Ele, então, quis colocar obstáculos de sorte que ele não concluísse tantos yajnas.
Deste modo, todos estão em ansiedade neste mundo material, maya. Assim, o nosso movimento da consciência de Krishna visa levar a pessoa, ou todas as pessoas, desta maya para Vaikuntha. Isto é a consciência de Krishna: salvar a entidade viva da ansiedade e levá-la para a plataforma de não-ansiedade. Esta é a diferença: da ansiedade para a não-ansiedade. Trata-se da maior dádiva para a sociedade humana. Todos estão cheios de ansiedade porque estão neste mundo material. Eles têm de estar cheios de ansiedade. Aqui, então, a informação é dada, mayatite vyapi-vaikuntha-loke: “Existe outra atmosfera, outra natureza, onde não há ansiedade, não há ansiedade”. Kalpa-vrksa-laksavrtesu surabhir abhipalayanatam. Aqui, estamos mantendo vacas, mas, sem leite: ansiedade. Milhares de rúpias gastas, e nada de leite; leite em pó. Vêem? Esta é a posição, repletos de ansiedade, sempre. Então, vocês não podem ficar livres de ansiedade neste loka. Portanto, nesta vida, na forma humana de vida, vocês podem compreender cultivando conhecimento do sastra, do guru, das pessoas santas: “Qual é a posição? O que quero? Por que estou cheio de ansiedade? Como isso pode ser mitigado?”. Assim, portanto, essa informação é dada: vaikuntha-loka, voltar ao lar. Yad gatva na nivartante tad dhamam paramam mama [Bg. 15.6].
Política e a Transformação do Mundo Material em Vaikuntha
Assim, o movimento da consciência de Krishna é o único empenho onde..., por se tornar consciente de Krishna, você se transfere desta maya para Vaikuntha. Este é o significado. Mayatite, além desta maya, há outro reino, onde não há kuntha, vaikuntha-loke. E há administração. Assim como aqui há administração, o rei ou o presidente, ou ministros e muitíssimas coisas, também há administração lá, mas aquela administração é conduzida diretamente pela Suprema Personalidade de Deus. Aqui, o presidente ou o rei administra tudo. E, portanto, o administrador ideal ou chefe executivo ideal é alguém que seja um indivíduo santo e devoto. Isso é necessário. Na política também, há necessidade de devotos. O devoto... Os políticos, eles primeiro precisam compreender a consciência de Krishna caso realmente queiram fazer bem aos outros. Caso permaneçam como animais, isso não é possível. Então, o mundo inteiro, o povo, sofrerá. Essa é a posição agora. Não há governante padrão. O governante tem que ser representante de Krishna. Então... Então, tudo será... Assim como Maharaja Yudhisthira. Maharaja Yudhisthira era representante de Krishna. Ou o Senhor Ramacandra, Ele era Deus em pessoa. Semelhante chefe executivo é necessário, não esses patifes. Vocês, então, jamais serão felizes. Simplesmente, de uma maneira ou outra, vocês selecionam algum presidente patife; vocês jamais serão felizes. Ele tem que ser o próprio Krishna ou o representante de Krishna. As pessoas, então, serão felizes. Imam rajarsayoh viduh. Eles estão pensando que: “O Bhagavad-gita se destina a alguns parasitas. Eles não estão fazendo nada, e estão se dando à leitura do Bhagavad-gita e vivendo à custa dos outros”. Eles estão pensando assim, mas, na verdade, o governante deve ser um estudioso do Bhagavad-gita bem familiarizado com a obra. Essa é a declaração no Bhagavad-gita. Imam rajarsayoh viduh. Ele se destina aos reis santos. Porque, se o rei ou o presidente compreende o Bhagavad-gita, ele pode solucionar todos os problemas. Mas ele permanece um patife, e não há solução alguma. Eles estão simplesmente lutando uns com os outros. Esse político está lutando contra aquele político. Isso continua. Isso jamais nos fará felizes. Portanto, é melhor irmos embora deste lugar e voltarmos ao lar, voltarmos ao Supremo. (Devotos: Jaya!) Não tentem ser felizes aos cuidados desses patifes. Isso jamais será possível. Essa é a instrução de todo os sastras.
Agora, a questão foi quem deve ser eleito no..., ou aceito como o rei ideal. O nosso Pancadravida Maharaja estava fazendo essa pergunta. Trata-se de algo muito simples. Os ksatriyas... Existem duas famílias de ksatriyas, e eles ainda clamam: uma oriunda do deus do sol, e uma oriunda do deus da lua. Candra-vamsa, surya-vamsa. Neste mundo material, há duas famílias de ksatriyas. Os ksatriyas se destinam a governar. Então, tudo é declarado no Bhagavad-gita. Assim, vocês têm que selecionar governantes dessas duas dinastias. Verdadeiramente. Imam rajarsayo viduh. Vocês viram a ilustração desenhada por nossos artistas, em que Krishna está instruindo o deus do sol. Imam vivasvate yogam proktavan aham avyayam [Bg. 4.1]. Então, Vaikuntha-loka está lá. Não há problema. Mas vocês podem tornar este maya-loka também Vaikuntha-loka propagando a consciência de Krishna, a mesma qualidade. Assim como o ferro é ferro, mas vocês podem torná-lo fogo. Como? Simplesmente o colocando no fogo. Aos poucos, quente, mais quente, então se torna vermelho e quente. Nesse momento, o ferro não é mais ferro; ele é fogo. Similarmente, se vocês podem propagar a consciência de Krishna constantemente; então, mediante a propagação deste movimento da consciência de Krishna, vocês podem tornar o mundo inteiro consciente de Krishna, e, assim, ele será Vaikuntha. O mesmo exemplo. Você coloca a barra de ferro no fogo, e ela se torna quente, mais quente e, então, vermelha e quente. Quando está vermelha e quente, então não é mais barra de ferro. É fogo. Em qualquer lugar que você toque, queimará.
Assim, o nosso movimento da consciência de Krishna é para esse fim. Ampliemos a consciência de Krishna e não mais haverá kuntha, não mais haverá ansiedade. As pessoas estão tentando ficar livres de ansiedade, e isso é possível apenas por este movimento. Coloquem-se sempre em contato com Krishna. E o método é muito simples: Hare Krishna. Isso é tudo. Se você se mantiver em contato com Hare Krishna... Nós já nos tornamos conhecidos como os Hare Krishnas pelo mundo todo, o pessoal Hare Krishna. Assim, ampliem essa população, o pessoal Hare Krishna, e aqui será Vaikuntha.
Muito obrigado.
Tradução de Bhagavan dasa (DvS) e revisão de Prema Vardhana devi dasi (DvS). Outras traduções em www.devocionais.xpg.com.br
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