sexta-feira, 25 de julho de 2014

Vagas no Paraíso!


Repasso o convite

Uma grande oportunidade para ter uma experiência de vida saudável, devotada e feliz! Venha fazer parte da família do Paraíso dos Pândavas (www.pandavas.org.br), um projeto “yoga resort” dedicado a compartilhar consciência de Krishna, paz e bem-estar de uma forma atraente e acessível.
Buscamos pessoas que querem viver na natureza, longe das cidades grandes, numa vida dedicada a servir Srila Prabhupada e Krishna. Neste momento estamos abrindo vagas para solteiros ou casais sem filhos com entusiasmo por praticar e compartilhar a consciência de Krishna.
Precisamos de pessoas que possam trabalhar nas seguintes funções:
1)      Cozinhando ou ajudando a cozinhar
2)      Limpeza e jardinagem
3)      Ministrando aulas de Yoga
4)      Fazendo caminhadas
5)      Trabalhando na parte administrativa/atendimento ao cliente
Oferecemos salário em carteira a ser negociado de acordo com a qualidade e experiência de cada, moradia confortável de bom padrão, água pura da nascente, Internet banda larga e outros benefícios como horta orgânica, cachoeiras, etc.
Interessados devem mandar um breve histórico de suas experiências de trabalho e na consciência de Krishna, junto com uma foto e o nome de algum líder da ISKCON que possa dar referências, diretamente para mim no gd@pandavas.org.br.
Esperando ver você aqui,
Seu amigo,
Giridhari Das

terça-feira, 22 de julho de 2014

Só se Vive uma Vez?


Só se Vive uma Vez?

 por Jayadvaita Swami
O caso histórico de uma menininha da Bengala Ocidental sugere que ela se lembrava de uma vida que vivera anteriormente.
Quando Sukla Gupta tinha um ano e meio de idade e mal era capaz de falar, costumava ninar um travesseiro ou um pedaço de madeira em seus braços e tratá-lo por “Minu”. Minu, ela dizia, era sua filha.
E se você acreditar na história que Sukla contou gradualmente ao longo dos próximos três anos, Minu era de fato sua filha – mas em uma vida passada.
Sukla, a filha de um trabalhador da estrada de ferro de Kampa, uma vila na Bengala Ocidental, Índia, foi uma dessas raras crianças cujos testemunhos e comportamento fornecem evidência para a teoria de que a personalidade sobrevive à morte do corpo e transmigra para viver em um novo corpo. Trata-se da teoria da reencarnação.
Para cerca de quinhentos milhões de pessoas no mundo, a reencarnação é mais do que uma teoria – trata-se de um fato, um dado, parte de seu entendimento cotidiano. É o que aprenderam de suas escrituras e o que gerações de seus antepassados acreditaram por milhares de anos.
Além dos orientais, filósofos ocidentais, pelo menos desde Platão, julgaram razoável acreditar que nossa alma viveu antes em outros corpos, outras vidas, e viverá novamente em outros.
Se vivemos outras vidas, você poderia perguntar por que não nos lembramos delas. A memória, no entanto, é algo traiçoeiro. Temos sorte se podemos nos lembrar de onde colocamos as chaves do nosso carro. Então, se vidas passadas é algo fatual, não devemos ter como surpreendente não podermos nos lembrar delas.
Todavia, parece que ao menos alguns de nós são capazes de se lembrar.
Sukla não apenas falou sobre sua filha, Minu, mas também sobre seu esposo, “o pai de Minu” (uma boa esposa hindu evita falar o nome do seu esposo). Ela também falou sobre seus irmãos mais novos, Khetu e Karuna. Todos eles viviam, ela disse, em Rathtala, em Bhatpara.
A família de Sukla, os Guptas, conheciam Bhatpara um pouco – era uma cidade a aproximadamente dezoito quilômetros ao Sul –, mas jamais haviam ouvido falar de um lugar chamado Rathtala, nem das pessoas a que Sukla se referia pelo nome. Contudo, Sukla desenvolveu o desejo de ir lá e, ela insistiu que se seus pais não a levassem, ela iria sozinha.
O que você faz quando sua filha começa a falar dessa maneira? Sri K. N. Sen Gupta, o pai de Sukla, conversou sobre o assunto com alguns amigos. Ele também mencionou isso a um de seus colegas de trabalho, Sri S. C. Pal, um assistente de chefe de estação. Sri Pal vivia próximo a Bhatpara e tinha dois primos lá. Através desses primos, descobriu que Bhatpara tinha de fato um distrito de nome Rathtala. Também ficou sabendo de um homem lá chamado Khetu. Khetu tivera uma cunhada chamada Mana, que morrera muitos anos atrás, em 1948, deixando órfã uma filha, a qual tinha o nome de Minu.
Sri Sen Gupta Decide Investigar a Fundo
A história de Sukla é uma de quase duas mil nos arquivos do Dr. Ian Stevenson, professor de psiquiatria na Universidade da Virgínia. Ao longo das últimas duas décadas, Dr. Stevenson reuniu relatos de pessoas de várias partes do mundo que forneciam evidências sugerindo que se lembravam de suas vidas passadas. Cerca de mil e trezentos desses casos Dr. Stevenson investigou pessoalmente, incluindo o caso de Sukla. (Entre os livros de Dr. Stevenson, estão Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação, no qual aparece o caso de Sukla, e a obra de múltiplos volumes Cases of the Reincarnation Type. Ambos são publicações da Universidade da Virgínia)
Quando alguém parece ter memórias reais de uma vida pretérita, Dr. Stevenson entrevista a pessoa em si, aqueles ao redor dela e, se possível, as pessoas da vida aparentemente recordada, procurando por uma maneira mais ordinária ou normal para explicar tudo. Ele também busca por fraudes, observando se as histórias têm brechas e descrições conflitantes e incertas. Algumas vezes, no entanto, como no caso de Sukla, explicações normais simplesmente não parecem caber.
Depois que Sri Sen Gupta soube da família em Rathtala, decidiu consentir o desejo de Sukla de ir lá. Com a permissão daquela família, programou uma visita. Sukla disse que ela poderia mostrar o caminho para a casa.
Então, em 1959, quando Sukla tinha um pouco mais de cinco anos, Sri Sen Gupta e outros cinco membros de sua família viajaram com ela para Bhatpara. Quando chegaram, Sukla colocou-se à frente deles. Evitando vários caminhos errados, levou-os diretamente à casa de Sri Amritalal Chakravarty, supostamente seu sogro em sua vida passada.
Conforme o grupo se aproximava da casa, aconteceu de Sri Chakravarty estar na rua. Quando Sukla o viu, ela abaixou a cabeça timidamente, seguindo o costume próprio para uma mulher jovem na presença de um parente mais velho do sexo masculino.
Porém, quando Sukla entrou na casa, revelou-se confusa. Ela parecia não saber corretamente a entrada. Sua confusão, no entanto, fazia sentido: depois da morte de Mana, a mulher cuja vida Sukla parecia se lembrar, a entrada fora mudada da rua principal para um beco ao lado.
Uma vez no interior da casa, o grupo viu que Sukla não apenas reconheceu a casa, mas também as pessoas ali, incluindo aquelas que dissera serem sua sogra, sua cunhada, seu esposo e sua filha.
Fraude? Quando uma estrela de Hollywood diz se lembrar de sua vida passada como a rainha da Pérsia, essa é provavelmente a resposta. Contudo, aqui estamos lidando com uma menininha moradora de uma pequena vila. Ela começa a falar sobre uma vida passada tão logo tem idade o bastante para falar. Ela sabe todo tipo de coisas sobre pessoas com quem nem ela nem sua família jamais se encontraram. Meticulosos investigadores não encontram nenhuma evidência de fraude e nenhuma explicação convencional para defender que a menina aprendera o que ela sabia. E o comportamento dela de fato se encaixa com a história de sua vida anterior.
Dentro da casa de Amritalal Chakravarty, Sukla deu consigo em uma sala com cerca de vinte ou trinta pessoas. Contudo, quando lhe foi solicitado que apontasse seu esposo, ela indicou corretamente Sri Haridhana Chakravarty. Seguindo a apropriada etiqueta hindu, ela o identificou como o “pai de Minu”.
Sukla e Haridhana Chakravarty se reencontrariam várias vezes, e Sukla sempre ansiava por esses encontros. Quando ele estava para visitar sua casa, Sukla disse à sua família que lhe servissem uma refeição com pitu e buli. Ela disse que era a comida favorita dele. Sua família fez o que ela disse e, posteriormente, descobriram que ela havia acertado na escolha.
Sukla comportava-se em relação a Haridhana Chakravarty como uma perfeita esposa hindu. Depois que ele havia comido sua refeição, ela comia tudo o que sobrava no prato dele, como uma devotada esposa hindu faria, apesar de ela nunca ter comido sobras do prato de nenhuma outra pessoa.
Para tentar dar uma explicação convencional para esse tipo de comportamento, algumas vezes se fala do que é conhecido tecnicamente como criptomnésia, “memória oculta”.
Os psicólogos sabem que nossa mente registra mais do que nos lembramos conscientemente. Sob hipnose, um homem idoso pode descrever vividamente sua quinta festa de aniversário, um evento para o qual sua consciência normal perdeu todos os detalhes. Ou pode recordar exatamente o que leu em um livro há muito esquecido, lido há cerca de trinta anos.
A hipótese da criptomnésia supõe que o que parece ser memória de uma vida passada é mera memória de algo que o sujeito ouviu ou leu e se esqueceu conscientemente.
Isso de fato pode ser a melhor explicação para muitas das “regressões” agora se tornando populares através da hipnose. Solicitada por um hipnólogo a voltar a uma vida anterior, uma cobaia obedientemente revirou suas memórias esquecidas e usou-as para dramatizar uma “existência passada” inteiramente fictícia.
Em um caso notável, ocorrido em 1906, a filha de um clérigo sob hipnose falou vividamente de uma vida passada na corte do rei Richard II. Ela verbalizou grande riqueza de detalhes, a grande maioria dos quais se provou verdadeiros, muito embora muitos deles fossem tão obscuros que obrigaram os pesquisadores a vasculharem registros históricos ingleses que a garota provavelmente nunca lera. Por fim, no entanto, descobriu-se que todos aqueles fatos detalhados apareciam em um romance, Countess Maud, que a garota lera quando tinha doze anos de idade e se esquecera por completo.
O caso de Sukla, lembremos, é de uma menina de menos de cinco anos de idade. E suas lembranças de uma vida passada não se deram por meio de hipnose, mas como parte de sua usual consciência desperta.
Talvez suponhamos que ela reuniu essas memórias normalmente, mas isso é apenas uma suposição – não existe evidência de nenhum canal normal pelo qual essas memórias pudessem ter vindo à tona.
Ademais, Sukla não apenas recordou informações, senão que ela de fato reconheceu pessoas que, nesta vida, eram-lhe completamente estranhas. Ela reconheceu a sogra de Mana em meio a um grupo de trinta pessoas. Ela apontou o cunhado de Mana de nome Kshetranath, e sabia seu apelido, “Khetu”. Ela também reconheceu outro cunhado, cujo apelido era “Kuti”. Contudo, ela o identificou corretamente por seu nome, Karuna, o qual nem mesmo os vizinhos dele sabiam.
Ela também disse que seu primeiro filho, do sexo masculino, morrera ainda criança. Isso de fato se deu na vida de Mana. E Sukla, em lágrimas, reconheceu a filha de Mana, Minu, e derramou grande afeição sobre ela.
Embora não haja uma maneira convencional para explicar isso, talvez haja outra explicação menos do que convencional. Talvez Sukla tenha aprendido sobre Mana e sua família através de percepção extrassensorial.
Pesquisas demonstram claramente que há algo como percepção extrassensorial. Em experimentos rigidamente controlados, o falecido Dr. J. B. Rhine e outros parapsicologistas apresentam evidências convincentes para telepatia (a habilidade de ler os pensamentos de outra pessoa) e clarividência (a habilidade de perceber objetos e eventos sem usar os sentidos). E experimentos demonstram que tanto a telepatia quanto a clarividência podem funcionar a longas distâncias.
Além de experiências extrassensoriais serem difíceis de acreditar, usá-las para explicar o caso de Sukla exigiria acreditar em experiências superextrassensoriais. Essa menina de cinco anos não apenas teria de ter incríveis poderes psíquicos, como teria de usá-los para se concentrar em uma família específica em uma cidade desconhecida e aprender detalhes íntimos de suas vidas. Ela também teria que ser seletiva em relação ao que seu radar psíquico pegava, de modo que ela “lembraria”, por exemplo, do local da casa de seu sogro porém não estaria ciente de que a entrada fora mudada de lugar depois da morte de Mana. E então, com o objetivo desconhecido, Sukla teria de moldar o que aprendera em um teatro no qual ela se imergira no papel na falecida Mana.
O mais dramático em relação ao caso de Sukla foram suas fortes emoções maternas em relação a Minu. Desde o comecinho da infância, Sukla brincou de pegar Minu em seu colo e, depois que aprendeu a falar, conversava sobre sua ansiedade por estar com Minu. O encontro de Sukla com Minu teve tudo o que se poderia esperar de um comovente encontro entre mãe e filha.
Certa vez, o primo de Mana testou Sukla dizendo-lhe mentirosamente que Minu, que estava fora em Rathtala, estava doente e com febre alta. Sukla começou a chorar, e foi necessário um tempo considerável para sua família tranquilizá-la dizendo que Minu, na verdade, estava bem.
Minu tinha doze anos, e Sukla, apenas cinco. E Minu estava bem alta, então Sukla disse: “Sou pequena”. “Contudo, dentro desta limitação”, Dr. Stevenson diz, “Sukla atuou exatamente o papel de uma mãe em relação a uma filha amada”.
Enfim, depois de cogitar outras possibilidades, Dr. Stevenson cuidadosamente argumenta que talvez a melhor forma de compreendermos este caso é aceitarmos que Sukla foi mãe de Minu, tal qual ela mesma acreditava.
Isso nos traz de volta à ideia de reencarnação. É claro que a ciência jamais poderá “provar” que a reencarnação é um fato. Nesse âmbito, a ciência jamais poderá de favor “provar” algo. Por meio da ciência, tudo o que podemos fazer é reunir dados da forma mais meticulosa possível e, então, tentar explicá-los da maneira mais consistente e razoável. E à medida que o corpo de dados cresce, nossas explicações têm que crescer juntamente.
Devido ao trabalho de Dr. Stevenson e de outros pesquisadores, damos conosco hoje diante de um considerável corpo de casos sugerindo que a reencarnação é um fato. Contudo, a ciência não nos deixa claro o que isso de fato é.
Como funciona? Por que isso acontece? Quem ou o que reencarna? Quanto tempo você tem que esperar entre nascimentos? Isso acontece com todos nós ou com apenas alguns de nós? Talvez um dia a investigação científica apresente as respostas a essas indagações. Por ora, os investigadores não podem fazer muito mais do que reunir casos e especular.
Então, se a reencarnação acontece com todos, você continuará se submetendo a ela – talvez incontáveis vezes – antes de a ciência começar a vislumbrar o que está acontecendo.
Os membros do Movimento Hare Krishna, entretanto, têm uma maneira diferente de obter conhecimento.
Diante de uma complexa máquina com a qual você não tem familiaridade, você pode observá-la e tentar descobrir como ela funciona. Você pode arriscar mexer na máquina e ver o que acontece. Você pode levar seus amigos até ali e pedir sua opinião sobre o que se deve fazer com aquelas roldanas, engrenagens e fios. E talvez você descubra. Talvez.
Contudo, a maneira mais segura de conhecer a máquina é aprender sobre ela com a pessoa que a construiu. A maneira direta de entender o maquinário do universo, portanto – incluindo o maquinário sutil da reencarnação – é aprender sobre isso com a pessoa por trás disso.
O fato de que há uma pessoa por trás deste maquinário é algo quase autoevidente. É axiomático. É claro que você é livre para rejeitar o axioma, mas, então, você é confrontado pela tarefa de explicar como as coisas “por acaso” funcionam, como tudo no universo “por acaso” se encaixa, sem nenhuma inteligência por trás disso.
Você pode dizer que tudo “simplesmente aconteceu” (o que não é uma explicação). Você pode atribuir tudo a alguma força impessoal derradeira que, sem inteligência ou volição, coloca tudo em funcionamento. Ou você pode afastar-se do problema dizendo que tudo o que vemos é meramente uma ilusão: “A máquina nem mesmo existe”. Você, porém, terá de explicar de onde vem a ilusão, e isso o coloca novamente no lugar de onde você partiu.
É mais fácil e mais sensato, por conseguinte, assumir que, por trás do funcionamento da máquina cósmica, está a inteligência suprema, ou a Pessoa Suprema. Essa é a entidade a quem nos referimos quando usamos o nome Krishna.
Por várias ótimas razões, aceitamos que o livro conhecido como Bhagavad-gita registra as palavras do próprio Krishna. Devido a isso, os membros do Movimento Hare Krishna, como os devotos de Krishna há milhares de anos, aprendem sobre a reencarnação a partir das palavras do Bhagavad-gita. No Bhagavad-gita, Krishna nos diz que a reencarnação acontece para todos. “Para quem nasce”, Krishna diz, “a morte é certa. E, após a morte, o indivíduo certamente renascerá”.
Krishna compara essa jornada ao longo de uma sucessão de vidas à mudança de roupa. Seu eu verdadeiro – “sua” alma – é eterno, mas passa por corpos temporários, um após o outro.
Assim, não é o caso que você “se torna uma pessoa diferente” quando você muda de um corpo para o seguinte, assim como você não se torna outra pessoa quando troca suas vestes ou quando deixa de ser criança e se torna adulto. Você é sempre o mesmo, mas você assiste a seu corpo e a sua mente se transformarem daqueles de uma criança àqueles de um jovem e, em seguida, àqueles de um idoso. Similarmente, Krishna diz, a morte não é nada senão uma transformação de um corpo para o seguinte.
Ainda assim, a morte é algo verdadeiramente único. É o maior choque que há. E quando chegamos ao outro lado, esquecemo-nos de tudo o que estávamos fazendo na vida anterior, assim como uma pessoa que adormece se esquece do que estava fazendo durante o dia e, então, acorda e se esquece do que sonhava.
Em raros casos, no entanto, memórias persistem, como aparentemente aconteceu com Sukla Gupta. Sukla se recordava de sua casa, de sua família e de sua veste da vida passada. Ela falou sobre os três sáris que costumava vestir, especialmente sobre os dois feitos de seda fina de Benares. E quando ela visitou o que ela disse que era sua antiga casa, ela encontrou os sáris guardados em um baú, embolados com vestes que pertenciam a outros. Ela pegou os três sáris que ela disse serem dela, e os mesmos de fato haviam pertencido a Mana.
Sukla falou sobre uma cuspideira de metal em um cômodo em particular da casa. Quando ela visitou, a cuspideira ainda estava ali. O cômodo fora o quarto de Mana, e Sukla apontou corretamente onde ficava a cama de lona de Mana. E lágrimas vieram aos olhos de Sukla quando ela viu sua velha máquina de costura, a qual fora anteriormente utilizada por Mana.
Contudo, mesmo se nos esquecermos de nossas vidas anteriores, estas influenciam nossa vida presente. O Bhagavad-gita diz que o que fizemos e pensamos em nossas vidas anteriores determina com que tipo de corpo iniciamos nesta vida. E através do que fazemos nesta vida, preparamos a seguinte.
Segundo o Bhagavad-gita, já vivemos muitos milhões de vidas, e é possível que tenhamos de viver outros milhões. Algumas delas podem ser em corpos humanos, e outras, em corpos inferiores, como de animais e árvores.
Mediante a perfeição espiritual, no entanto, o Gita diz, podemos nos livrar do infindável ciclo de reencarnações. Podemos transcender a existência material por completo e retornar ao nosso lar eterno, no mundo espiritual, com Krishna.
O Gita aponta que cada um de nós é eterno, e Krishna também é eterno. E nossa verdadeira existência é nossa vida eterna com Krishna.
Conforme viajamos de vida em vida, não há algo que possamos reter indefinidamente, pois tudo no mundo material é temporário. Tudo o que é material perde intensidade e, por fim, perde o significado.
O Bhagavad-gita, diante disso, aconselha que, agora que estamos nesta vida humana, devemos utilizar completamente a nossa energia e o nosso tempo para atingirmos a perfeição espiritual.
Quando Sukla já tinha sete anos, suas memórias da vida passada começavam a se apagar. Mesmo antes de suas memórias deixarem-na, no entanto, aquela vida já se fora. Sukla mencionara que, em sua vida anterior, como Mana, tivera duas vacas e um papagaio. Depois da morte de Mana, porém, as vacas haviam morrido, e o papagaio, voara para longe.
Se gostou deste material, também gostará destes: Espiritismo e Consciência de Krishna:  Um Estudo Comparativo em Transmigração da Alma, A Morte do Filho de Srivasa e a Ciência da Transmigração da Alma, Alma, Deus, Eternidade e Reencarnação: Srila Prabhupada Conversa sobre  Orígenes de Alexandria, Para Onde Vamos quando Morremos?.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Cá estou eu de volta


Cá estou eu de volta a estrada. Foram "dias de luta" muitas inglórias. Cego, segui sozinho.Mas o caminho está aí.
Amigos e amigas,
neste aninho aziago mais que nunca preciso de todos voces.




Eu...
queria ter aceitado
A vida como ela é
A cada um cabe alegrias
E a tristeza que vier

That's it folks!

O Mito da Escassez



A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada
Ao contrário da crença popular, as estatísticas atuais demonstram que a Terra produz alimento o bastante para suprir facilmente toda a sua população. Contudo, a ganância e a exploração forçam vinte e cinco por cento da população global a ficar subnutrida. Śrīla Prabhupāda condena a desnecessária industrialização por contribuir para o problema da fome e por criar desemprego, poluição e uma hoste de outros problemas. Neste discurso, proferido em 2 de maio de 1973, em Los Angeles, advoga por um estilo de vida mais simples, mais natural e centrado em Deus.
ime jana-padāḥ svṛddhāḥ
supakvauṣadhi-vīrudhaḥ
vanādri-nady-udanvanto
hy edhante tava vīkṣitaiḥ
A rainha Kuntī disse: “Todas essas cidades e vilas estão prosperando sob todos os aspectos porque abundam ervas e grãos, as árvores estão cheias de frutas, os rios estão fluindo, as colinas estão repletas de minerais e os oceanos estão cheios de riquezas. E tudo isso se deve ao Teu olhar sobre tudo”. (Śrīmad-Bhāgavatam 1.8.40)
A prosperidade humana viceja pelas dádivas naturais, e não pelas gigantescas iniciativas industriais. As gigantescas iniciativas industriais são produto de uma civilização sem Deus e causam a destruição das nobres metas da vida humana. Quanto mais ampliamos essas indústrias problemáticas para sugarem a energia vital do ser humano, mais haverá insatisfação da massa geral de pessoas, embora alguns poucos possam viver de maneira esbanjadora através da exploração.
As dádivas naturais, como os grãos, legumes, frutas, rios, colinas de pedras preciosas e minerais e mares cheios de pérolas, são fornecidas pela ordem do Supremo, e, segundo Ele deseje, a natureza material as produz em abundância ou as restringe de tempos em tempos. A lei natural é que o ser humano pode se beneficiar com essas dádivas divinas da natureza e, deste modo, prosperar satisfatoriamente, sem ser cativado pela motivação exploradora de assenhorear-se da natureza material.
Quanto mais tentamos explorar a natureza material de acordo com os nossos caprichos, mais ficamos presos pela reação de tais esforços exploradores. Se temos grãos, frutas, legumes e vegetais o bastante, qual é a necessidade de administrar um abatedouro e matar pobres animais?
O homem não necessita matar um animal se ele tem grãos, legumes e verduras o suficiente para comer. O fluir de um rio fertiliza os campos, e há mais do que necessitamos. Os minerais são produzidos nas colinas, e as pérolas, no oceano. Se a civilização humana tem grãos, minerais, pérolas, água, leite etc. o suficiente, por que deveria ansiar por iniciativas industriais terríveis a custo da labuta de alguns homens desafortunados?
Entretanto, todas essas dádivas naturais dependem da misericórdia do Senhor. Do que precisamos, portanto, é sermos obedientes às leis do Senhor e obter a perfeição da vida humana através do serviço devocional. As indicações de Kuntī-devī vão diretamente ao ponto. Ela deseja que a misericórdia de Deus seja conferida a ela e a seus filhos a fim de que a prosperidade natural seja mantida pela graça dEle.
Kuntī-devī menciona que os grãos são abundantes, as árvores são cheias de frutas, os rios fluem perfeitamente, as colinas estão cheias de minerais e o oceano está cheio de riquezas, mas ela em momento algum menciona que há abundância de indústrias e abatedouros, pois isso são coisas sem sentido que os homens desenvolveram para criar problemas.
Se dependermos da criação de Deus, não haverá escassez, mas simplesmente ānanda, bem-aventurança. A criação de Deus provê grãos e grama o bastante, e, enquanto comemos os grãos e as frutas, os animais, como as vacas, comerão a grama. Os touros nos ajudarão a produzir grãos e comerão apenas um pouco, ficando satisfeitos com o que joguemos fora. Se comermos as frutas e jogarmos fora a casca, os animais ficarão satisfeitos com a casca. Deste modo, com Kṛṣṇa no centro, pode haver completa cooperação entre árvores, animais, seres humanos e todas as entidades vivas. Isso é a civilização védica, uma civilização de consciência de Kṛṣṇa.
Kuntī-devī ora ao Senhor: “Esta prosperidade se deve ao Teu olhar”. Quando nos sentamos no templo de Kṛṣṇa, Kṛṣṇa olha para nós e tudo fica bem. Quando almas sinceras tentam se tornar devotos de Kṛṣṇa, Kṛṣṇa muito amavelmente Se coloca perante elas em Sua opulência plena e lança-lhes o Seu olhar, momento no qual se tornam felizes e belas.
Similarmente, toda a criação material se deve ao olhar de Kṛṣṇa (sa aikṣata). Nos Vedas, é dito que Ele lançou Seu olhar sobre a matéria, agitando-a assim. Uma mulher em contato com um homem se agita e engravida e, então, pare filhos. Toda a criação segue um processo similar. Simplesmente pelo olhar de Kṛṣṇa, a matéria se agita e, então, engravida e dá a luz às entidades vivas. É simplesmente por Seu olhar que as plantas, árvores, animais e todas as outras entidades vivas surgem. Como isso é possível? Nenhum de nós pode dizer: “Simplesmente por olhar para minha esposa, posso engravidá-la”. Contudo, embora isso nos seja impossível, não é impossível para Kṛṣṇa. A Brahma-saṁhitā (5.32) diz, aṅgāni yasya sakalendriya-vṛttimanti: “Toda parte do corpo de Kṛṣṇa tem todas as capacidades das outras partes”. Com nossos olhos, podemos ver, mas Kṛṣṇa pode engravidar simplesmente por lançar Seu olhar. Não há necessidade de sexo, porque, simplesmente por olhar, Kṛṣṇa pode engravidar.
No Bhagavad-gītā (9.10), o Senhor Kṛṣṇa diz, mayādhyakṣeṇa prakṛtiḥ sūyate sa-carācaram: “Por meio de Minha supervisão, a natureza material faz nascerem todos os seres móveis e inertes”. A palavra akṣa significa “olhos”, então akṣeṇa indica que todas as entidades vivas nascem por causa do olhar do Senhor. Há dois tipos de entidades vivas – os seres móveis, como insetos, animais e seres humanos, e os seres inertes, como árvores e plantas. Em sânscrito, esses dois tipos de entidades vivas se chamam sthāvara-jaṅgama e ambos se originam na natureza material.
É claro que o que vem da natureza material não é a vida, mas o corpo. As entidades vivas aceitam tipos particulares de corpo a partir da natureza material, assim como uma criança obtém seu corpo a partir de sua mãe. Por dez meses, o corpo da criança se desenvolve a partir do sangue e dos nutrientes do corpo da mãe, mas a criança é uma entidade viva; não matéria. É a entidade viva que se refugia no ventre da mãe, que então fornece os ingredientes para o corpo dessa entidade viva. Esse é o proceder da natureza. A mãe pode não saber como, de seu corpo, outro corpo é criado, mas, quando o corpo da criança está pronto, ela nasce.
Não é o caso que a entidade viva nasce. Como declarado no Bhagavad-gītā (2.20), na jāyate mriyate vā: a entidade viva não nasce e não morre. Aquilo que não nasce não morre; a morte cabe àquilo que foi criado, e o que não foi criado não morre. O Gītā diz, na jāyate mriyate vā kadācit. A palavra kadācit significa “a qualquer momento”. Em tempo algum, a entidade viva de fato nasce. Apesar de talvez vermos que uma criança nasce, não nasce de fato. Nityaḥ śāśvato ’yaṁ purāṇaḥ. A entidade viva é eterna (śāśvata), sempre existente e muitíssimo antiga (purāṇa). Na hanyate hanyamāne śarīre (Bhagavad-gītā 2.20): não pensemos que, quando o corpo é destruído, a entidade será destruída. Não. A entidade viva continuará a existir.
Kuntī-devī diz, ime jana-padāḥ svṛddhāḥ supakvauṣadhi-vīrudhaḥ: “Os grãos abundam, as árvores estão cheias de frutas, os rios estão fluindo, as colinas estão repletas de minerais, e os oceanos estão cheios de riquezas”. (SB 1.8.40) O que mais alguém poderia desejar? A ostra produz pérolas, e, antigamente, as pessoas decoravam o corpo com pérolas, pedras preciosas, seda, ouro e prata. No entanto, onde estão essas coisas agora? Atualmente, com o avanço da civilização, há muitíssimas belas moças que não têm ornamentos de ouro, pérolas ou pedras preciosas, mas apenas pulseiras de plástico. Então, qual é o valor de indústrias e matadouros?
Pelo arranjo de Deus, o sujeito pode ter grãos o bastante, leite o bastante, frutas o bastante e legumes o bastante, bem como a água de um rio límpido. Agora, entretanto, como vejo enquanto viajo pela Europa, todos os rios lá se tornaram asquerosos. Esse é o proceder da natureza, e o proceder da natureza é o proceder de Kṛṣṇa. Então, qual é a utilidade de construir imensos sistemas hidráulicos para fornecer água?
A natureza já nos deu tudo. Se queremos riquezas, podemos pegar pérolas e nos tornarmos ricos; não há necessidade de ficar rico mediante a abertura de uma imensa fábrica para produzir peças de automóveis. Por meio de tais iniciativas industriais, tudo o que criamos foram problemas. De outro modo, temos apenas que depender de Kṛṣṇa e da misericórdia de Kṛṣṇa, porque, pelo olhar de Kṛṣṇa (tava vīkṣitaiḥ), tudo fica bem. Então, se simplesmente rogarmos pelo olhar de Kṛṣṇa, não haverá questão de escassez ou necessidade. Tudo estará completo. A ideia do movimento da consciência de Kṛṣṇa, portanto, é depender das dádivas da natureza e da graça de Kṛṣṇa.
As pessoas dizem que a população está crescendo, em virtude do que estão detendo isso através de meios artificiais. Por quê? Os pássaros e bestas estão ampliando sua população e não têm nenhum contraceptivo, mas carecem de alimentos? Alguma vez vimos pássaros ou animais terrestres morrendo por falta de comida? Talvez na cidade, mas com pouca frequência. Se formos à selva, contudo, veremos que todos os elefantes, leões, tigres e outros animais estão muito fortes e robustos. Quem está fornecendo alimento a eles? Alguns deles são vegetarianos e alguns deles não o são, mas a nenhum deles falta comida.
É claro que, pelo proceder da natureza, o tigre, não sendo vegetariano, não obtém comida todos os dias. Afinal, quem se colocará diante de um tigre para se tornar seu alimento? Quem dirá ao tigre: “Senhor, sou um altruísta e vim lhe alimentar. Então, pegue meu corpo”? Ninguém. Diante disso, o tigre tem dificuldade em encontrar alimento. E tão logo o tigre sai para caçar, um animal o segue e emite um som de modo que os outros animais saibam: “O tigre está caçando”. Então, pelo proceder da natureza, o tigre tem dificuldades. Ainda assim, porém, Kṛṣṇa fornece o alimento. Após cerca de uma semana, o tigre obterá a chance de vitimar um animal e, porque não obtém alimento fresco diariamente, manterá a carcaça em algum arbusto e comerá um pouco cada dia. Visto que o tigre é muito poderoso, as pessoas querem se tornar como um leão ou um tigre. Contudo, essa não é uma proposta muito boa, pois, se alguém de fato se torna como um tigre, não obtém comida diariamente, senão que terá de buscar por comida com muito esforço. Se alguém se torna vegetariano, porém, conseguirá alimento todos os dias. O alimento de um vegetariano está disponível em todo lugar.
Agora, em toda cidade há abatedouros, mas isso significa que os abatedouros podem fornecer o suficiente para que alguém viva comendo somente carne? Não. Não haverá um suprimento adequado. Até mesmo comedores de carne têm que comer grãos, frutas e legumes junto de seu pedaço de carne. Ainda assim, por esse pedaço diário de carne, matarão muitíssimos pobres animais. Como isso é pecaminoso! Se as pessoas cometem atividades assim tão pecaminosas, como podem ser felizes? Essa matança não deveria acontecer, mas, porque está acontecendo, as pessoas estão infelizes. Entretanto, se alguém se torna consciente de Kṛṣṇa e simplesmente depende do olhar de Kṛṣṇa (tava vīkṣitaiḥ), Kṛṣṇa fornecerá tudo e não haverá mais questão de escassez.
Ora parece haver escassez, ora vemos que grãos e frutas são produzidos em tamanha quantidade que as pessoas não conseguem comer tudo. Trata-se, portanto, de uma questão do olhar de Kṛṣṇa. Se Kṛṣṇa quer, Ele pode produzir uma grande quantia de grãos, frutas e legumes, mas, se Kṛṣṇa deseja restringir o fornecimento, que bem haverá na carne? Vocês podem me comer ou eu posso comer vocês, mas isso não solucionará o problema.
Para verdadeira paz e tranquilidade e um fornecimento suficiente de leite, água e tudo mais, temos simplesmente que depender de Kṛṣṇa. É isso que Bhaktivinoda Ṭhākura nos ensina quando diz, mārabi rākhabi-yo icchā tohārā: “Meu querido Senhor, eu simplesmente me rendo a Ti e dependo de Ti. Agora, se quiseres, podes matar-me ou podes proteger-me”. E Kṛṣṇa diz em resposta: “Sim. Sarva-dharmān parityajya mām ekaṁ śaraṇaṁ vraja: simplesmente rende-te a Mim exclusivamente”. (Bg. 18.66) Ele não diz: “Sim, depende de Mim e também depende de teus abatedouros e fábricas”. Não. Ele diz: “Depende unicamente de Mim. Ahaṁ tvāṁ sarva-pāpebhyo mokṣayiṣyāmi: resgatar-te-ei dos resultados de tuas atividades pecaminosas”.
Porque vivemos muitíssimos anos sem sermos conscientes de Kṛṣṇa, vivemos nada além de uma vida pecaminosa, mas Kṛṣṇa nos garante que, tão logo alguém se renda a Ele, imediatamente Ele liquida todos os débitos e finda todas as atividades pecaminosas do indivíduo a fim de que ele possa começar uma vida nova. Quando iniciamos discípulos, nós, portanto, dizemos a eles: “Agora, o débito está quitado. Agora, não cometa mais atividades pecaminosas”.
Não se deve pensar que, como o santo nome de Kṛṣṇa pode anular as atividades pecaminosas, pode-se cometer uma pequena atividade pecaminosa e cantar Hare Kṛṣṇa para anulá-la. Essa é a maior das ofensas (nāmno balād yasya hi pāpa-buddhiḥ). Os membros de algumas ordens religiosas vão à igreja e confessam seus pecados, mas, em seguida, cometem novamente as mesmas atividades pecaminosas. Qual, então, é o valor da confissão? A pessoa pode confessar: “Meu Senhor, por ignorância, cometi tal pecado”. Porém, não se deve planejar: “Cometerei pecados e, depois, irei à igreja confessá-los. Com os pecados anulados, posso começar um novo capítulo de vida pecaminosa”. De modo similar, não se deve deliberadamente tirar proveito do cantar do mantra Hare Kṛṣṇa para neutralizar as atividades pecaminosas e, então, recomeçar os atos pecaminosos. Devemos ser muito cautelosos. Antes da iniciação, promete-se não fazer sexo ilícito, não usar intoxicantes, não se envolver com jogos de azar e não comer carne, e tais votos a pessoa tem que seguir estritamente. A pessoa, então, estará limpa. Se o indivíduo se mantém limpo dessa maneira e sempre se ocupa em serviço devocional, sua vida será bem-sucedida e não haverá escassez de nada que ele queira.