terça-feira, 29 de maio de 2012

CENÁRIO DE CAOS de Bob Garfield




CENÁRIO DE CAOS

de Bob Garfield






Número de Páginas: 304

O que acontece quando a antiga ordem mundial entra em colapso e o Admirável Mundo Novo não está preparado para substituí-Ia - não dispõe de novos veículos de publicidade, no­vas fontes noticiosas, novas plataformas para a divulgação de ideias políticas e novos meios para garantir a produção de mais episódios de Lost? Bem-vindo ao Cenário de Caos.
O caos já se instalou, e Bob Garfield sabia disso. No papel de editor da Advertising Age e coapresentador do programa de rá­dio "On the Media", da NPR, há muito tempo ele ligou os pontos de uma realidade cuja existência muita gente do marketing e da mídia se negava a admitir. Neste livro fascinante, aterrorizante, instrutivo e às vezes hilário, Garfield não se limita a mostrar a desintegração da mídia e do marketing tradicionais. Antes, ele percorre cinco continentes em busca de soluções. Suas viagens começam nas pastagens da Dinamarca e levam-no da Estônia à Austrália, de Israel à Inglaterra, de Montenegro ao Brasil, de Los Gatos, na Califórnia, a Conshohocken, na Filadélfia.
As descobertas reveladas em Cenário de Caos representam a solução para todas as instituições que quiserem sobreviver na era digital da Pós-Mídia. Sua técnica é a arte e a ciência da Listenomics. Escute você também e seja um agente da mudança neste Cenário de Caos!

O AUTOR
Bob Garfield é colunista, crítico, ensaísta, escritor e uma personalidade dos meios de comunicação. "Ad Review", sua conceituada coluna na revista Advertising Age, elogia ou espicaça anúncios, fazendo dele uma das figuras mais temidas do mundo do marketing. Garfield - que também é um dos entrevistadores do programa de rádio "On the Media", da rádio NPR - é colunista do USA Today, editor-colaborador do The Washington Post Magazine e colaborador do The New York Times, da Playboy, do Sport Illustrated e de muitas outras publicações.




 UM LANÇAMENTO

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SAÚDE VISUAL POR TODA A VIDA de Meir Schneider




SAÚDE VISUAL POR TODA A VIDA

de Meir Schneider

Número de Páginas: 228



Meir Schneider desenvolveu um sistema inteiramente novo de exercícios terapêuticos - combinando movimento, respiração e imagens mentais - para ajudar milhares de pessoas a combater seus problemas de visão. Os exercícios deste livro vão ajudá-lo a criar uma rotina básica e saudável que você pode incorporar imediatamente à sua vida. Praticando com  regularidade os exercícios e seguindo os conselhos de Meir é possível evitar a catarata, degeneração macular e outros problemas visuais degenerativos, bem como aumentar a expectativa e qualidade de vida. Este livro é muito mais do que um guia de exercícios; é um convite à transformação.


O AUTOR
Meir Schneider
nasceu em Lvov, Ucrânia, em 1954, com catarata, astigmatismo e nistagmo.  Emigrou  para Israel com os pais aos quatro anos de idade e, aos sete, foi declarado legalmente cego. Ele nunca aceitou a condição de cego. Tinha ataques de fúria, durante os quais lançava os óculos ao chão e pisoteava-os. Não conseguia quebrá-los de tão grossas que as lentes eram e gritava. Os pais, ambos surdos, não eram atingidos pela gritaria. Mas a avó, Savta, docemente o acalmava dizendo que as coisas podiam mudar. Sempre.
Amigos, como uma dona de biblioteca volante semi-paralítica – que lhe ensinou técnicas de relaxamento -  e outro jovem, Isaac – com problemas visuais igualmente graves – deram-lhe incentivo para a grande virada de sua vida. Isaac apresentou-lhe o método do oftalmologista William Bates (1860-1931) de estimulação da visão. A despeito da descrença radical da família e amigos, dedicou-se com fervor aos exercícios para os olhos, aliando as técnicas de ioga, auto-massagem e movimento. Dezoito meses mais tarde, ele tinha desenvolvido a visão funcional, que lhe permitiu alguns anos mais tarde (1981) tirar carteira de motorista, sem qualquer restrição, expedida pelo Governo do Estado da Califórnia.

Cursou:

Bar Ilan University, Tel Aviv, 1973 – 1975
BA, Philosophy from University of San Francisco, 1978
PhD, the Healing Arts from Golden State University, 1982. Doctoral Dissertation: “The effects of Therapeutic movement combined with subtle massage and manipulation compared with conventional medical treatment in cases of muscular distrophy”

Os princípios que descobriu quando trabalhava seus olhos formaram a base do método Self-Healing, desenvolvido para trabalhar com portadores dos mais variados problemas de saúde. Em 1975 Meir montou o primeiro Institute For Self-Healing em Tel Aviv, Israel ( 1973 – 1976 ),  onde cresceu,  juntamente com dois dos seus primeiros pupilos – Vered e Danny. Por muito tempo Meir teve dúvidas de que seu método pudesse ser ensinado, já que boa parte das massagens e exercícios que produziam espetaculares resultados com pessoas portadoras de distúrbios graves – e tidas como incuráveis pela medicina – como esclerose múltipla, distrofia muscular, poliomielite, artrite reumatóide, degeneração da mácula, entre tantos outros, foram desenvolvidos junto com o cliente, na própria sessão, e com forte caráter intuitivo. Milhares de horas de prática clínica foram delineando a estrutura do Método Meir Schneider -  Self-Healing – os princípios, as técnicas, os exercícios e a fundamentação científica.

Em 1976, Meir mudou-se para San Francisco, USA. Aí montou consultório junto com o optometrista Ray Gottlieb, com o qual manteve intensa colaboração durante vários anos. Fundou o Center for Conscious Vision (1977–1978), o Center for Conscious Health (1978–1980) e em 1980, o Center For Self-Healing. Quatro anos depois obteve permissão do Departamento de Educação do Estado da Califórnia para formar alunos no método e funcionar como School For Self-Healing. Desde 1980 até o momento presente,  existe o Self – Healing Research Foundation, que busca fundos para uma pesquisa  evidenciando a eficácia do método na distrofia  muscular e na degeneração macular. E se mantém aberto para qualquer outra pesquisa que tenha como objetivo a comprovação do método cientificamente. 

Sua jornada pessoal, os primeiros anos de desenvolvimento do método, suas raízes, influências, primeiros casos e parcerias foram narrados em seu primeiro livro “Uma Lição de Vida”, publicado no Brasil pela editora Cultrix e em mais quatro idiomas: inglês, francês, húngaro, e hebraico. Seu segundo livro, o Manual de Autocura, publicado nos USA em 1994, foi também publicado em russo além dos outros cinco idiomas do primeiro livro.





UM LANÇAMENTO

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40 anos da fundação da BBT Internacional




Nesta semana o mundo vaishnava está em festas e a BBT Brasil também estará participando da comemoração mundial dos 40 anos da fundação da BBT Internacional, por Srila Prabhupada.

A partir desta semana, estaremos organizando festivais mensais e diversos eventos em glorificação à BBT e aos livros de Srila Prabhupada. Aguardem!

Hoje o Brasil yatra é agraciado com uma nova página no facebook, com várias notícias, vídeos, fotos, etc., numa linha de tempo dinâmica e interativa, sobre a história da BBT no Brasil e no mundo. Fiquem conectados e se preparem para fortes emoções.

Participem! Acessem, enviem suas fotos de sankirtana, opinem!

Curtam a nova página da BBT no link  http://www.facebook.com/pages/BBT-40-Anos-The-Bhaktivedanta-Book-Trust/354388727958848

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Lapidando um Diamante




- Iswara Das
Lapidando um Diamante

- Iswara Das
Como podemos desvendar o ser de luz que existe em nós?
Lamentações, bloqueios, doenças e mal estar, apesar de muitas vezes presentes em nossa vida, não nos fazem parte. Existem porque nos identificamos com o irreal (maya) e nos deixamos levar pelo negativismo. E o que somos, então, se esse lado ruim da vida não existe?
Talvez o exemplo que mais se aproxime da natureza de nosso ser é o diamante. Não existe nada mais valioso do que ele, apesar de, ao natural, parecer uma pedra bruta. Porém, ao lapidarmos essa pedra, ela vai se transformando, vai mostrando seu brilho e sua beleza. Debaixo de toda aquela aparente sujeira está a joia mais preciosa.
Um fator importante para o diamante obter o seu mérito é o trabalho do lapidador, ou o mestre, o iluminado ou guia. É ele quem sabe valorizar aquela pedra bruta e, com sua habilidade e paciência, a transforma no raro brilhante. E pedra alguma teria brilho não fosse o reflexo do sol. O sol está para o diamante assim como Krishna está para o nosso ser.
A combinação de uma pedra bem lapidada com a luz solar torna o diamante um objeto de valor e aprecio. A comunhão entre o ser e a luz divina de Krishna faz com que se possa brilhar todo o resplendor de uma vida plena de felicidade, conhecimento e energia.
Se, em essência, somos o diamante, o lapidador é a nossa obra e nossa interação com o mundo. Seguindo a analogia, o sol e os seus raios iluminantes e enriquecedores são o próprio Krishna, em Suas inúmeras manifestações devocionais e expansões universais. Sem essa presença divina, não podemos brilhar em nossa magnitude.
Se somos esse diamante que brilha em contato com o sol e que tem um valor inestimável, por que então nos deixamos levar por uma autoestima baixa e falta de propósito na vida? O fato é que à medida que vamos crescendo, vamos também criando escudos de defesa contra supostos ataques externos. Esse espírito defensivo nos bloqueia e nos encrudesce. Ele nos ilude e faz com que tomemos uma corda por uma cobra.
A defesa faz parte de nosso instinto de preservação. Mais intensa que os outros instintos primitivos, como o comer, o dormir e o procriar-se, o sentimento de defesa está presente em todos os momentos de nossa vida. No primeiro sinal de um perigo, uma mensagem de alerta é transmitida imediatamente ao cérebro, deixando todo o sistema nervoso (e também por sua vez o físico) tenso e em prontidão de ir à guerra, ou fugir. Como na maioria das vezes que nos sentimos atacados não podemos guerrear e tampouco fugir, nossa tendência é criar um bloqueio traumático.
E é dessa maneira que aos poucos começamos a ver o mundo e a nós mesmos como indignos do verdadeiro valor. Entramos em um círculo vicioso onde reina a lamúria e o estresse. É o estado de Tamas, ou escuridão, quando já não vemos mais o ego e o seu brilho divino. Ao contrário, vemos um ego falso, que brilha valores irreais.
Daí é um pequeno passo para uma vida doentia, cheia de vícios e barreiras. Onde está o brilho daquele diamante inquebrável? No mínimo, ofuscado por uma vida de ilusão.
Desde os primórdios da civilização o homem busca por caminhos iluminantes que rompam esse círculo de misérias. A senda espiritual, religião e psicologia inclusas, sempre tratou de incentivar a lapidação dessa pedra e o despertar para com o brilho do sol. Rituais, meditação, cultos, celebrações e yoga fazem parte dessa rica cultura voltada à recuperação do brilho desse diamante.
Em todos os meus tantos anos de experiência em uma busca espiritual e a tentativa de um equilíbrio emocional, sempre pude ver a solução e ao mesmo tempo o perigo à sua espreita. A vida é tão delicada quanto o fio de uma navalha. Ao mesmo tempo em que sabemos em teoria como lapidar essa pedra preciosa, corremos o risco de nos machucar e perder o rumo.
O caminho de Bhakti é o caminho seguro de se deixar lapidar e brilhar o verdadeiro valor.  O requisito da Bhakti é saber entregar-se, não criar resistência e sentir-se seguro e confortável ao abrigo de Krishna. Bhakti é saber se relacionar com Krishna e apreciar a Sua prasadam, ou aquilo que vem a você. Bhakti é a entrega, e a entrega é o amor.
Ao trilhar o caminho espiritual, fazemos uso de inúmeras ferramentas. Na minha própria senda, sempre atuei como conselheiro espiritual, tentando ajudar a todos enquanto que com isso eu também ia me ajudando. Usei sempre diversas dessas ferramentas, fossem elas discurso, orações, terapias e até brincadeiras
O segredo está em se auto aceitar. Enquanto houver alguma resistência no quesito da auto aceitação, nada poderemos resolver dentro de nós. A regra básica é que, mesmo que possamos ter defeitos ou problemas, ainda assim nos amamos e nos aceitamos como somos.
Essa auto aceitação é um ato de entrega à realidade, é o caminho de render-se a Deus como somos de fato, e não como o ego gostaria que fôssemos. Nossos problemas nada são do que identificações erradas entre nós e o mundo.
Se partirmos do ponto de vista de que todos os atritos, problemas e doenças desse mundo têm sua raiz na falta da espiritualidade, podemos também concluir que para a nossa cura precisamos seguir o caminho inverso. O essencial é lapidar bem esse diamante e assim quando o mostrarmos ao sol, ele brilhará em todo o seu resplendor.
Eu desejo a todos muita saúde e paz e que possamos brilhar esse diamante cada vez mais e mais.

Iswara Das trabalha há mais de 30 anos com desenvolvimento da espiritualidade e do eu, realizando cursos, seminários e aulas especiais em diversos países da América Latina, Estados Unidos e Europa. Ministra vários workshops, entre eles o “Levante-se e Lute!”, baseado em seu livro homônimo. Reside atualmente em Freiburg, na Alemanha, junto à esposa e dois filhos, onde coordena estudos para a integração de terapias e práticas espirituais, criando o programa Total CheckUp baseado no sistema EFT - Psicologia Energética. Clique aqui para ver seu site: www.eft-psicologia-energetica.com.

Ele estará fazendo um curso de EFT no Paraíso dos Pândavas em Novembro, veja: http://www.pandavas.org.br/pag_comp/retiros/retiro_novembro_eft.htm.


NATURALMENTE SELECIONADOS


NATURALMENTE SELECIONADOS

de Mark van Vugt e  Anjana Ahuja


Número de Páginas: 208


Que tipo de líder você é? Por que alguns líderes são muito melhores do que outros? O livro responde a essas perguntas explorando como e por que a liderança evoluiu ao longo dos anos. Essa abordagem leva os autores a apresentar uma nova e arrojada "hipótese do descompasso": a lentidão da evolução significa que há uma diferença crucial entre as ideias modernas de liderança e o tipo de liderança para o qual o nosso cérebro ainda está equipado. Através de exemplos fascinantes os autores revelam a importância oculta da nossa história evolutiva. Isso explica por que gostamos quando o chefe pergunta dos nossos filhos, por que os norte-americanos votaram em Obama, por que grandes jogadores de futebol em geral fracassam como técnicos, etc.

Leia aqui o primeiro capitulo
http://issuu.com/grupoeditorialpensamento/docs/naturalmente_selecionados?mode=window&backgroundColor=%23222222

OS AUTORES
Mark van Vug
t é pesquisador do Instituto de Antropologia Cognitiva e Evolucionista da Universidade de Oxford, professor honorário da Universidade de Kent e professor de psicologia na Universidade VU de Amsterdã, na Holanda. Ele obteve seu Ph. D. em 1996, na Universidade de Maastricht, na Holanda. Sua pesquisa é publicada nas principais revistas científicas da área e ele contribui regularmente para a mídia científica. Foi editor-chefe de Cooperation in Modem Society (Routledge, 2000) e é coautor de Applying Social Psychology (Sage, 2007). Participa do projeto "Lucy to Language" da Academia Britânica e atualmente é editor associado do prestigiado Joumal of Personality and Social Psychology. Mora com a família perto de Amsterdã. Arjana AhuJa é Ph. D. em física espacial pelo Imperial College de Londres. Foi colunista do The Times por dezesseis anos e, através da sua coluna, apresentou o trabalho de Mark a um público mais amplo. Fez trabalhos de consultoria em entidades como a Royal Society, a British Science Association e o British Council. Atualmente mora em Londres e trabalha como free-lancer.

UM LANÇAMENTO



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Tarô do Cigano - com 36 cartas coloridas





Tarô do Cigano - com 36 cartas coloridas
de J. DellaMonica 

O manual mais completo editado no Brasil. Com cartas coloridas em belíssimo acabamento gráfico-editorial.


Finalmente o leitor brasileiro tem em mãos o mais antigo, completo, autêntico e bem elaborado texto sobre o afamado Tarô Cigano. Essa esmeralda edição contém 36 cartas coloridas, em que estão as respostas às dúvidas, às perplexidades, às perguntas que todos nós formulamos - na verdade, às perguntasque temos de formular se quisermos ser os senhores de nosso destino. Tarô do Cigano é um livro para ser utilizado sempre, uma obra para presentear, uma obra que será nossa estrela-guia, necessária e amiga, fiel orientadora de nossos passaos e de nossas decisões. Realista, fundamentada, de valor perene - uma obra para o público adulto e inquieto de nossos tempos.



LANÇAMENTO





segunda-feira, 21 de maio de 2012

Ensaio sobre o Bhagavad-gita: “Não Lutarei”


“Não Lutarei”

 


 

Por Vishaka Devi Dasi


Há cinco mil anos atrás, no campo de batalha de Kurukshetra, no norte da Índia, enormes falanges de tropas armadas estavam prestes a iníciar uma guerra. De um lado, os poderosos irmãos Kaurava, determinados a defender o trono que haviam usurpado de seus piedosos primos, os cinco Pandavas; do outro lado, os Pandavas, empenhados em recuperar sua herança.

Arjuna e os demais irmãos Pandavas tinham enfrentado graves tribulações após a morte prematura de seu pai, Pandu. Os invejosos Kauravas queimaram suas casas, os envenenaram, desonraram sua esposa e os condenaram a quatorze anos de exílio. Exibindo uma tolerância e humildade digna dos santos, os Pandavas ao final pediram apenas cinco aldeias para governar. Apesar de todo o reino ser legalmente deles, para evitar mais desavenças, os Pandavas fizeram apenas esta proposta modesta. Os Kauravas, porém, recusaram, declarando que "não dariam sequer um pedaço de terra onde pudesse ser espetada uma agulha." Assim, a guerra tornou-se inevitável.

Os Pandavas e os Kauravas conclamaram todos os reis do mundo como aliados para a grande batalha. Eles também aproximaram-se do Senhor Krishna, a Suprema Personalidade de Deus. Os Kauravas obtiveram do Senhor Krishna um grande exército, mas Arjuna escolheu ficar com o próprio Senhor. Embora Krishna se recusasse a empunhar armas na batalha, ele concordou em ser o quadrigário de Arjuna. A supremacia do Senhor não é diminuída pelo fato dEle executar tal tarefa servil. Ao invés disso, devido à devoção imaculada de Arjuna, o Senhor desejava tornar-se subserviente a ele, em reciprocidade amorosa. Os devotos saboreiam o pensamento de que Krishna, o Senhor e criador do universo, permaneça de pé na carruagem com as rédeas dos cavalos em Suas mãos, pronto para obedecer ao comando de Seu devoto, Arjuna.

No início da batalha, ambas as partes sopraram seus búzios, enchendo o céu com suas vibrações e enchendo de terror os fracos de coração. Arjuna, sentado em sua bela quadriga, pegou o seu arco e se preparou para atirar suas flechas contra os Kauravas. De repente, de forma inesperada, Arjuna ficou ansioso. Ele pediu a Krishna que conduzisse sua carruagem a um local entre os dois exércitos, para que ele pudesse ver quem lutaria em aliança com os Kauravas. Ao obter uma visão clara, ele ficou pasmo. No meio do exército inimigo, ele viu seu sogro, amigos de seu pai, seu avô, amigos de seu avô, professores, tios maternos, irmãos, filhos, netos, amigos e simpatizantes.

Imagine-se na posição de Arjuna. Se um parente ou amigo lhe maltrata, você naturalmente hesita em retaliar. Por amor, você tolera e perdoa tal comportamento. Mas Arjuna tinha o dever de ajudar a derrotar um exército que incluía amigos e parentes. Isso era demais para ele; devido ao afeto por eles, Arjuna ficou dominado pela tristeza. Seus membros tremiam, sua boca secou e seu arco escorregou de sua mão. Embora não fosse um covarde, mas sim um grande lutador, devido à compaixão, ele não desejava matar sua família, amigos e superiores.

Imediatamente ele disse a Krishna que queria deixar o campo de batalha, pois unicamente o mal poderia resultar do fato de ele matar seus semelhantes. Ele não desejava qualquer vitória, felicidade, ou reino, pois combater em tal guerra medonha seria pecaminoso. Se tantos homens nobres fossem mortos, certamente suas esposas e filhas ficariam desprotegidas, a imoralidade predominaria e isso prejudicaria a venerável descendência de tais famílias.

Além de possuir incomparável talento e competência militares, Arjuna era devoto fervoroso e amigo íntimo do Senhor Krishna, a Pessoa Suprema. Portanto, ele possuía qualidades divinas: ele tinha sentidos controlados, estava desapegado do falso prestígio associado à fama e seguidores, era generoso e estava sempre consciente dos princípios morais. Sentado em sua quadriga entre os enormes exércitos, Arjuna decidiu que seria melhor permitir que os Kauravas o matassem, sem reação ou resistência. Dessa forma, ele estava preparado para abdicar de sua posição real e de sua pretensão ao trono, passando a viver de esmolas.

Mesmo com tais ideias drásticas, Arjuna não conseguia aliviar a pressão que o dilema lhe causava. Ondas turbulentas surgiram em sua mente, pois apesar de sua determinação em desertar, toda a sua vida fora dedicada a defender a probidade. Nesta batalha, a causa dos Pandavas era sem dúvida justa. Além disso, Arjuna era um líder nato, dotado de heroísmo, poder e determinação, qualidades necessárias para defender a justiça. Sua linhagem primou por aumentar ainda mais essas qualidades, e ele tinha aprendido a nunca desistir do trabalho que decorre de sua própria natureza.

Arjuna estava dividido entre sua dedicação ao dever sagrado e o amor por seus parentes e amigos. Totalmente perplexo e incapacitado por sentimentos conflitantes, Arjuna rendeu-se a Krishna, dizendo: "Agora estou confuso sobre o meu dever e perdi toda a compostura por causa da fraqueza. Nesta condição, eu Lhe peço que diga claramente o que é melhor para mim. Agora eu sou seu discípulo e uma alma rendida a você. Por favor, instrua-me". No entanto, no momento seguinte ele tomou uma segunda decisão: "Não lutarei". E nada mais disse.

O Senhor Krishna sorriu, não para zombar de Arjuna em seu sofrimento, mas como um pai que sorri ao ouvir o sonho ruim de seu filho. Assim como o pai vê claramente que o sonho do seu filho é simplesmente uma ilusão e que sua consequente angústia é desprovida de significado, o Senhor Krishna viu que Arjuna não estava situado no mundo real, mas em um mundo de sonhos equivocados que lhe trouxeram sofrimento. O Senhor imediatamente passou a acordar Arjuna de seu estupor, explicando a ele a essência e a finalidade da vida. Os ensinamentos de Krishna no campo de batalha naquele dia constituem o Bhagavad-gita, uma das mais antigas e mais lidas escrituras do mundo.

O Senhor Krishna não mediu palavras. Ele primeiramente disse a Arjuna que ele estava sendo um tolo, porque no mais alto sentido – o sentido espiritual –, ninguém morreria na batalha. Na verdade, ninguém morre em qualquer lugar ou momento, porque a alma, a minúscula partícula espiritual que empresta a vida a um corpo que, de outra forma, estaria morto, jamais morre. A alma é imortal e imutável; o corpo, mutável e mortal.

O corpo é um agregado de elementos animados pela alma, assim como um boneco, animado pela mão do marionetista, se mexe, canta, dança, ri e chora. Quando ao final o marionetista deixa o boneco de lado, alguém sensato se lamenta? Da mesma forma, quando a alma ao final deixa o corpo, nenhuma pessoa com conhecimento espiritual deveria lamentar-se.

Certamente que isso não é um encorajamento à matança desnecessária. Os Vedas proíbem a matança indiscriminada de qualquer ser, incluindo animais. Matar é abominável e punível pelas leis do estado e pelas leis de Deus. Mas, assim como o estado autoriza a sua polícia a usar a força, Krishna, a suprema autoridade, encorajou Arjuna a lutar.

Krishna apresentou outro argumento a Arjuna: mesmo que Arjuna não acreditasse na existência da alma, ele ainda não tinha nenhum motivo para se lamentar. Se a vida nasce com o corpo e morre com ele, ou seja, se a vida é uma reação química (não obstante sua complexidade), então por que chorar pelos elementos químicos que param de reagir? Arjuna era descendente de uma civilização baseada na sabedoria espiritual, e certamente acreditava na existência da alma.

Krishna explicou: "Arjuna, você está pensando que não será capaz de desfrutar a vitória, a felicidade, ou o reino que poderá ganhar a partir desta luta, mas tais coisas não são para seu desfrute. Você tem o direito de executar seu dever prescrito, mas não tem direito aos frutos da ação. Execute o seu dever e abandone todo o apego ao sucesso ou ao fracasso." Arjuna estava preocupado com as reações pecaminosas nas quais incorreria por lutar, mas o Senhor Krishna assegurou-lhe: "Se você lutar por questão de dever, sem considerar felicidade ou angústia, perda ou ganho, vitória ou derrota, você jamais incorrerá em pecado".

Krishna também disse que é impossível permanecer inativo. "Todos são obrigados a agir de acordo com sua própria natureza. Ninguém pode deixar de fazer algo, nem sequer por um momento". Renunciar a seus deveres e caprichosamente assumir as atividades de outro também não é viável: "É melhor exercer sua própria ocupação, ainda que de forma deficiente, do que executar o dever de outro perfeitamente”. A suposta renúncia de Arjuna em relação a lutar na guerra era uma demonstração de seu apego: uma vez que o resultado da atividade seria doloroso para ele, ele decidiu não agir. Mas a renúncia implica em desapegar-se dos frutos do trabalho, trabalhando de forma adequada, desistindo do desejo de gratificação dos sentidos e tolerando as situações desagradáveis que surgem durante execução do dever.

Assim como a não-violência ou quaisquer outras atividades piedosas não iriam aliviar o sofrimento nem resolver problema de Arjuna, o mesmo ocorre com suas especulações sobre o que fazer e não fazer. O Senhor Krishna pede-lhe, então, para abandonar tal ilusão: "Para saber a verdade, você deve aproximar-se de um mestre espiritual, inquiri-lo submissamente, servi-lo e receber dele o conhecimento transcendental. Então você aprenderá que todos os seres vivos são parte de Mim e que eles estão em Mim e são Meus".

Uma vez que Arjuna é uma alma espiritual completamente diferente de seu corpo, seu desejo deveria focar somente no benefício da alma. Como obter esse benefício? Cumprindo seu dever, não para a sua satisfação egoísta, mas para a satisfação de Krishna, a Pessoa Suprema. Uma pessoa totalmente situada no conhecimento transcendental e desapegada em relação aos resultados de seu esforço não está trabalhando materialmente, mas espiritualmente. "Portanto, ó Arjuna," Krishna diz, "entregando todas as suas ações a mim, com a mente situada em Mim, sem desejo de ganho e livre de egoísmo e letargia, lute".

Para Arjuna, lutar para o seu autoengrandecimento seria pecaminoso; tornar-se inativo ou renunciar ao seu dever seria ao mesmo tempo pecaminoso e pouco prático; no entanto, lutar porque Krishna assim o queria, era o caminho da libertação e da felicidade.

Mas por que Krishna quis esta luta? Por que o próprio Deus defendeu o emprego da força? Porque, para manter a sociedade, às vezes é necessário empregar a força. O Senhor Krishna promete que, quando e onde haja o declínio da religião e predominância da irreligião, ele protegerá os piedosos, aniquilará os ímpios e restabelecerá os princípios religiosos. O Senhor tinha reunido todos os ímpios em Kurukshetra; Ele queria livrar o mundo de todos eles nesta enorme batalha. Embora Arjuna estivesse pronto para perdoar as ofensas perpetradas contra ele por seus primos, Krishna não tolerava tais injustiças a Seus devotos. Portanto, Ele insistiu: "Lute". Ao final do Bhagavad-gita, Arjuna concordou.

Mesmo que os adversários de Arjuna fossem ofensores, ao morrerem em Kurukshetra eles adquiriram suas formas originais no mundo espiritual, pois morreram vendo e pensando na bela Personalidade de Deus, Sri Krishna, dirigindo a quadriga de seu amigo, guiando-o na batalha e protegendo-o do perigo. Assim como alguém que vive pensando em Krishna torna sua vida perfeita, da mesma forma, alguém que morre pensando em Krishna também a torna perfeita. Todos, tanto Arjuna, que sobreviveu à batalha, como os Kauravas, que perderam suas vidas, tornaram-se perfeitos, pois ambos conectaram-se ao Senhor Krishna, a bondosa Pessoa Suprema, que sempre age em benefício de todos.

Tradução Mahavira Das (HDG)
Revisão Sadhu Sanga Das (DVS)